As Músicas Brasileiras mais Bonitas de 2019

Quem acompanhou os especiais de fim de ano do Música Pavê ao longo da década pode ter notado algumas palavras faltando no título desta que se tornou uma das publicações mais tradicionais no site. Em 2019, As Cinco Músicas Brasileiras Mais Bonitas chega apenas como As Músicas Brasileiras Mais Bonitas de 2019, embora não tenha perdido o propósito de selecionar cinco destaques do período.

Isso porque, em um ano no qual dezembro aparece como uma linha de chegada após tantas violências, sabemos que música e beleza tem sido ferramentas essenciais para lidarmos com a vida. Daí, como “faixas bônus” da seleção oficial, vem também uma playlist com canções que merecem ser admiradas ao longo dos próximos tempos, todas bonitas como manda a tradição.

Entre canções românticas, introspecções e um hino que explicita o que há de mais importante na vida, estas são as músicas brasileiras mais bonitas que passaram pelo Música Pavê em 2019.

(Veja também as listas de 2018, 2017, 2016, 2015, 2014, 2013, 2012 e 2011)

Céu – Corpocontinente

Em APKÁ!, é a faixa que desacelera o ritmo. No show, é a que nos relembra que esta nova fase da carreira não tirou aquele romantismo glamouroso, dramático e nostálgico que Céu já apresentou em outros momentos. Nesta canção, ela romantiza a saudade, o mais lusófono dos sentimentos, para comentar como um casal que está separado fisicamente anseia pela Pangeia dos corpos. É uma das melhores vozes do Brasil em um de seus melhores momentos até hoje.

Leia entrevista com Céu, publicada no Música Pavê em 11 de novembro.

Bruna Mendez – Avisa

O álbum Corpo Possível flerta com uma alma pop que Bruna Mendez nunca tinha revelado de maneira tão explícita. E antes do repertório passear por lindezas como Transbordo Longe, Pele de Sal e Corpo Miragem, a faixa de abertura Avisa coloca o ouvinte em um lugar ora etéreo, ora puxado pela corrente de sons guiada pela voz da cantora em ares experimentais dentro do pop proposto. Falando sobre saber se proteger e sobre buscar o que te faz bem – lição que todo aquele que chegou vivo ao final deste ano parece ter, de uma maneira ou outra, aprendido.

Leia entrevista com Bruna Mendez, publicada no Música Pavê em 22 de outubro.

Teago Oliveira – Movimento das Horas

Ouso dizer que um teatro inteiro sentiu o que eu senti quando Teago tocou essa música, no belo show de lançamento de seu – igualmente lindo – Boa Sorte. Das diferentes notas que o vocal alcança aos timbres escolhidos para acompanhá-lo, tudo na música sabe acompanhar deslumbrantemente o conteúdo reflexivo de uma letra ora existencial, sempre muito sensível. Ouça de coração aberto e aproveite o prazer de não sair ileso dessa experiência.

Leia entrevista com Teatro Oliveira, publicada no Música Pavê em 17 de setembro.

Luiza Brina + César Lacerda – De Cara

É difícil demais resistir à beleza de uma música dessas, nem tente. É a voz dela, é a voz dele, é o clima de piano e cordas, é uma poesia de palavras tão simples que expressam uma sensibilidade tão sincera – que soma! O arranjo crescente, que comunica com enorme eficácia o sorriso que a alma dá quando se percebe amando, acompanha um refrão discreto que se mostra o único elemento moderado em uma faixa tão, mas tão bela, que chega a ser um exagero. Que bom.

Leia entrevista com Luiza Brina, publicada no Música Pavê em 08 de agosto.

Emicida + Fabiana Cozza + Pastor Henrique Vieira + Pastoras do Rosário – Principia

Nada, nada, nada é mais importante do que a espiritualidade – o que sopra vida, alinha mentes e une corações. AmarElo, um disco que narra tantas situações que vivemos no dia a dia, inicia com um lembrete de que a busca pelo que não vemos é o que dá a tônica da nossa caminhada. E se estamos juntos no mundo, é ao nos atentarmos aos outros que o caminho se constrói. Obrigado, Emicida, obrigado.

Leia entrevista com Emicida, publicada no Música Pavê em novembro.

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