Vella canta sobre recomeços em “O Que É Distante”

foto: julia moraes

Felipe Vellozo já foi metade do duo Bilhão, já acompanhou Mahmundi e toca na banda que viaja com Duda Beat – entre outros trabalhos e nomes que cercam sua carreira no passado e no presente. Hoje, 25 de outubro, seu currículo ganha a adição do projeto Vella

Diferente do que vem trabalhado até então, ele agora se apresenta no formato solo. Falando ao Música Pavê, ele comenta que a primeira adaptação que ele enfrentou nessa nova dinâmica foi que “cada decisão é responsabilidade sua, totalmente.  A gente nunca tá pronto, mas consegue assumir as decisões”.

A estreia do projeto acontece com o single O Que É Distante, que argumenta a favor dele estar mais do que preparado para o ineditismo dessa fase, enunciada pelo verso “um outro horizonte deve ser questão de inventar”.

Essa música, assim como outras do EP, fala de recomeço”, conta Vella, “um recomeço de toda hora, a partir da invenção de um dia novo, um dia claro. Eu sinto que escolhi essa canção por ser a mais atual do EP, foi a última a ser feita e, de alguma forma, é uma música mais solar, que pode inaugurar a sequência de lançamentos de um jeito mais alegre, como quem recomeça com esperança”.

O tal EP, previso para fevereiro de 2020, terá músicas que seguem a mesma proposta dessa faixa. “São dois ou mais assuntos ao mesmo tempo na mesma letra”, explica o músico, “é a noção da simultaneidade tanto nas vozes dobradas fora de sincronia, como nos textos. Nessa primeira faixa, orbitam as noções de distância/proximidade e presença. Podemos ser presentes na distância e ausentes na proximidade. A intenção do texto subjetivo é justamente abrir o sentido às interpretações mais diversas e não cercá-lo com explicações. A poesia abre janelas”.

Felipe conta ter sido influenciado pelo surrealismo português, o que explica várias dessas suas decisões. “A escolha narrativa tanto nos textos como nos arranjos foi o fluxo de idéias e a escrita automática”, comenta ele, “pensei em fazer os arranjos de forma bem simples, intuitivos, mostrando mais a canção do que a roupagem sonora. São arranjos diretos, sem muito floreio” – estética que se mostra muito favorável à invenção de novos horizontes, neste e em próximos EPs.

Para conhecer mais sobre Felipe Vellozo, leia mais sobre Bilhão no Música Pavê e ouça um papo aberto com ele no podcast Pós-Jovem.

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