Zé Pereira: “A gente tem se arriscado bastante”

Uma coisa é lançar um primeiro clipe, outra é fazer questão de que o lançamento que inaugure sua videografia esteja alinhado com um momento fora daquela tal zona de conforto de um artista ou grupo. No caso da banda Zé Pereira, a segunda opção foi abraçada na produção do clipe Quente.

“A gente tem se arriscado muito”, conta o vocalista Felipe de Paula ao Música Pavê, “é uma fase bacana de experiências e experimentações”. Depois do álbum Zé Pereira (2017), o trio resolveu apostar  em novos formatos de fazer sua música chegar ao público com o EP visual Tropical Concreto, que terá três faixas/clipes, sendo Quente o primeiro dos lançamentos.

Com direção de Thatiane Almeida para Vênus Filmes, o vídeo coloca o trio em primeiro plano interpretando a canção enquanto interage com o cenário, troca de figurino e até dança a faixa (o que foi um desafio à parte na produção). “A gente fica meio incomodado quando vai ver um clipe e ele tem três ou quatro minutos da mesma coisa, logo de cara mostra como vai ser e fica meio parado”, conta o vocalista e guitarrista, “a gente parou pra pensar como deixar o clipe interessante, aí tem as trocas de roupa, uma dançarina ajudou a gente com a coreografia, e a pós caprichou na montagem”. 

O baterista Felippe Rodrigues comenta que a escolha de um EP visual veio do momento que vivemos na cena, ou no mercado como um todo:  “Tem a ver com como as pessoas consomem música. Não é mais o som apenas, é multimidiático, a gente vende toda a experiência. A gente se inspirou mais na galera do pop e do funk, que lança doze singles ao longo do ano ao invés de um disco, o que dá mais visibilidade para aquela música”.

Tropical Concreto tem a ver com São Paulo, cidade natal dos três integrantes, nas “cores que enxergamos além do cinza da cidade”, nas palavras de Felipe de Paula, “é uma estética que carregamos desde sempre e estamos desenvolvendo”. Além disso, o EP carregará outro aspecto importante da metrópole, que é a variedade de elementos que a compõem – se Quente é um frevo elétrico, o próximo single estará em outra esfera.

“É um funk, com uma referência de métrica e de letra muito parecida com o funk melódico do Caetano Veloso“, diz o vocalista, ao que Felippe Rodrigues completa que “o pessoal não se arrisca muito em fazer um funk desses só com batida, com muitos silêncios, bem minimalista, com muita voz e pouco beat”. Nesta fase de experimentações e riscos, ele conta que Zé Pereira trabalhou essas ideias com naturalidade: “Quando a gente viu, tinha caminhado pra isso”.

O show de lançamento de Quente acontecerá neste sábado, 11, em São Paulo. O evento, na Casa do Baixo Augusta (R. Rego Freitas, 533), começará às 22h e os ingressos já estão disponíveis.

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