Estranhos Românticos Aprendeu que “a Música é o Mais Importante”

Toda banda tem suas particularidades em história e em personalidade. No caso da carioca Estranhos Românticos, o quarteto viu seu mais recente álbum, , nascer em um momento em que os músicos não estavam juntos – e olha que não estamos falando de gravações durante uma pandemia.

Pedro Serra (baterista e vocalista) contou ao Música Pavê que o disco foi produzido em meio a uma grande briga entre todos os seus integrantes. “A gente estava há três anos compondo, arranjando e ensaiando”, comenta ele, “19 músicas já estavam separadas e a gente até pensou em fazer um disco duplo. A gente começou a gravar e já na terceira sessão de gravação, a banda brigou feio e ficou aquela coisa meio… acabou, né?”.

“Passou uma semana e a gente pensou que estava super satisfeito com as músicas, eram as melhores que a gente já tinha feito. Aí ficou decidido que cada um gravaria separadamente, cada dia um estaria no estúdio sem ninguém se ver. Só o produtor, Seu Cris, que estava em todas. Ele foi uma figura fundamental para esse disco sair”.

Não é à toa, então, que a foto que Estranhos Românticos tem usado na divulgação (como vista acima) traz todos os integrantes separados. É como se, desde as sessões de , o grupo estivesse unido apenas pelo que já foi construído, e pelo seu próximo álbum – cujo repertório trará as nove faixas, daquelas 19, que não entraram em Só.

É interessante pensar nisso, no caso de Estranhos Românticos, porque trata-se de uma banda que parece ter sido uma daquelas criadas para além de suas composições. Eram quatro músicos, alguns que já tinham dividido palco e estúdio antes com outros projetos, que têm em comum também seus envolvimentos com outras linguagens de arte, principalmente cinema e vídeo.

“Por isso que a gente fez vários clipes para o primeiro disco”, explica Pedro, “um falava ‘deixa que eu faço um clipe dessa música’, o outro dizia ‘essa outra eu faço’ (risos)”. Esse aspecto ajudou a construir outra particularidade do grupo, que é uma videografia tão robusta.

Talvez pelo clima das gravações de , outro recurso utilizado – que também confere personalidade ao trabalho – foi as participações de quatro guitarristas no disco. Um deles foi JR Tolstói, que produziu seu disco anterior (Estranhos Românticos, 2016). “A gente percebe a mancada que foi ter um disco produzido peloTolstoi e não ter chamado ele para tocar (risos), aí falamos ‘vamos chamar agora’”, brinca Pedro.

Mas fica a pergunta: Como quatro pessoas conseguem lançar um trabalho nessas circunstâncias? “Nós já não somos mais moleques, e nenhum de nós precisa da banda para ganhar dinheiro”, explica Pedro, “mas aprendemos que a música é a coisa mais importante. Acho interessante que nós tenhamos essa maturidade”.

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