Elekfantz: “Hoje, não há mais fronteiras para a música”

Pode ser curiosa a informação de que She’s So Funky, clipe que o duo brasileiro Elekfantz lança nesta sexta (10), é seu primeiro produzido no país. Para quem acompanha sua carreira, no entanto, faz sentido que um projeto que tenha tanta milhagem acumulada ao redor do mundo tenha sempre trabalhado seus aspectos mais globais, sem precisar se caracterizar de um só lugar.

O vídeo foi gravado na Florianópolis onde moram Daniel Kuhnen e Leo Piovezani, mas não nas paisagens de praia, lagoa e dunas que fizeram a cidade famosa. Ela mostra um ambiente urbano e cosmopolita, em um cenário noturno de arquitetura modernista que encontra paralelos em vários outros grandes centros do país e do mundo. E isso remete diretamente à sua música, pertencente não a uma geografia própria, mas a uma época em que o som entre o eletrônico e o pop é disseminado nas plataformas de streaming- ou seja, hoje.

Falando ao Música Pavê por telefone, o duo comenta que “hoje, não há mais fronteiras para a música, todo mundo está dando play em todo canto”, como disse Daniel. Ele conta também que, na época em que Elekfantz surgiu, “preferimos manter nossa identidade em segredo no primeiro ano, sem dizer nossos nomes ou de onde éramos, para a música falar por si. Ela aconteceu primeiro fora do Brasil, principalmente na Europa, depois nos EUA, tanto que nossos primeiros shows foram fora. Muita gente não sabia que éramos brasileiros. Quando começamos a nos apresentar por aqui, era muito normal as pessoas virem falar em inglês com a gente – até hoje acontece (risos)”.

“Mas quando você chega e fala que é um músico brasileiro, as pessoas te respeitam (risos)” brincam. Os dois se dizem fãs da música feita no país e que a faixa-título do disco Elements (cuja segunda parte sai em março) tem um violão inspirado na Bossa Nova – dois elementos inéditos no som que a dupla sempre fez. “O Brasil tá exportando muita coisa boa, a gente tem muito orgulho disso”, comenta Leo, “e isso enquanto ainda tem um puta preconceito de mídia com a música eletrônica por aqui. Mas acho que esse cenário está mudando”.

A recepção ao som que Elekfantz produz é tanta que o duo já viajou por quase todo o Brasil (“faltam só uns três ou quatro estados”), além de já ter tocado em 40 países. “É muito gratificante a gente poder viajar o mundo e conhecer outros artistas, ver de perto, do backstage, gente de quem somos fãs. A gente tocou em festivais com Moderat, Portishead, Jamiroquai, por exemplo”, conta o duo.

E foi nesse ambiente de inspirações múltiplas que Elements surgiu. “Ele foi todo feito durante as turnês, nos intervalos entre shows, enquanto viajávamos. Por isso também ele demorou tanto para sair”, comenta Léo, “e, quando você conhece tantas novidades e vê como os outros trabalham, não tem como você também não se influenciar”.

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