E, de repente, veio Monáe…
Estava meia hora atrasado para um jantar com minha amiga Gabriela e o metrô não estava ajudando (tema dividido por milhões de nova-iorquinos). Pra tentar amaciar a minha ansiedade, eu comecei a andar de um lado pro outro na estação. Me deparei com um pôster da campanha do Windows PC. Era um daqueles que mostram um monte de gente legal/artistas que afirmam serem usuários de Windows (por uma pequena quantia, claro). E um desses artistas era uma cantora-menina- moça com cor de jabuticaba, vestindo um smoking e com o cabelo mais louco que já vi na minha vida. Imediatamente, eu fui tomado pela curiosidade peculiar (paixão) e precisava saber tudo sobre ela. O metrô começou a tremer. “Que merda!”, pensei. Eu sabia que nunca conseguiria memorizar o nome dela porque o ele tinha mais de 3 letras. Papel e caneta nessas horas que é bom, nada. Dai lembrei que vivemos, graças a Deus, na era da tecnologia. Peguei meu celular e tirei uma foto do nome dela. UFA!
Eis um conselho para todos amantes da música: quando a paixão à primeira vista bate, é necessário ter um smart phone. Devorei o jantar, corri pra casa, e lá estava ela no meu celular: Janelle Monáe (ainda bem que não tentei memorizar). Pulei no computador e fui direto no YouTube. Eu prefiro o YouTube pra música, porque quando a paixão é latente, eu preciso de imagens em movimento. O primeiro vídeo na lista era um chamado Tightrope. Não se passaram 4 segundos e eu já estava dançando na minha sala sozinho, para o entretenimento dos meus vizinhos. É uma músicaque simplesmente te domina. Completamente. Se misturássemos a batida do Outkast, os passinhos da Ciara, com o Furacão 2000 primeira edição 1995, o resultado seria Tightrope. É um miojo que agrada a todos e tem os principais ingredientes para o sucesso: gruda, dá o reboliço e te deixa dançando sozinho. A-D-O-R-O!
Agora que já estou viciado e amando, eu pulo pro Google. Quem é ela? De onde vem? Como faço pra ser amigo dela no Facebook? Será que ela joga FarmVille? Pra minha leve surpresa, eu acertei em cheio quando pensei no Outkast. A menina-espoleta tem “padrinhos.” Dá até uma leve raiva em pensar que o Sean “Diddy” Combs (nunca sei em que fase o nome dele se encontra), Nate Wonder e Chuck Lightning estão por tras da menina janela. E no vídeo se encontram o Big Boi do Outkast, o poeta Saul Williams, umas “mina” muito loucas e muita gente dançando ao estilo do Michael. Quer mais? Só se for miojo de carne seca com abóbora.
Depois de ter revirado o Google e o YouTube, dou de cara com o remix. Pronto! Creio que das 1 milhão de visitas, pelo menos umas cinco mil são minhas. O remix é pelo Wandamix com o BoB & Lupe Fiasco. Aos amantes da música, eu lhes digo que a mulher Janela foi a melhor coisa que já me aconteceu no metrô de Nova York . E olha que uma vez uma menina já dividiu os Cheetos dela comigo às 3 da manhã. Lição do dia: comprem um celular que tira fotos e escutem Janelle Monáe.
*Jonathas Lazary é artista plástico, publicitário e habita a caótica metrópole Nova Iorquina. Movido à música, é amante de qualquer batida ou voz em que a alma se descerre. Esse foi seu primeiro texto no Música Pavê.