MP Seleciona: Dez Bandas e Artistas de 2019

Olhar para o passado é também uma tentativa de prever o futuro. Por exemplo, quando o Música Pavê seleciona os artistas e bandas que marcaram 2019, parte da brincadeira é adivinhar quais serão os nomes que nos lembraremos daqui algum tempo, quando fecharmos os olhos para recordar o que foi esse ano na música.

A equipe votou e, de tudo o que foi publicado entre janeiro e dezembro, estes foram aqueles que mais se destacaram. Isso se deu pela qualidade de suas produções, pelo impacto de seus lançamentos e, portanto, pela marca que deixaram na história.

E aqui estão os músicos que marcaram o ano no Música Pavê – revelados e comentados sem uma ordem específica. Ao longo da semana, você vai conhecer mais sobre como o site experimentou 2019 na música, e como ele já entrou para a memória.

Acompanhe o especial 2019 do Música Pavê

Lizzo

Lizzo finalmente foi reconhecida pela grande mídia e agora está inundando o mundo musical com seu carisma e originalidade. Suas letras são engraçadas, honestas e cheias de vida, exatamente como ela. São poucos os artistas que sobem no palco e nos fazem ansiosos para o que está por vir, e Lizzo nos traz essa esperança. Ela representa algo grandioso e trouxe um impacto necessário para o mundo do entretenimento. (Carolina Reis)

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Terno Rei

Encontrar o tom de um trabalho artístico demanda tempo, persistência e dedicação para saber como desenvolver ideias e desejos a fim de produzir um material que alcance as pessoas. A banda paulista Terno Rei parece ter mergulhado nesse labor para entregar Violeta, seu terceiro álbum. Experimentando novas linguagens e encarando outros desafios, entregou um dos discos mais viciantes e completos desse ano. Terno Rei não temeu o pop, mas fez dele um caminho. (Letícia Miranda)

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Carly Rae Jepsen

Dedicated foi a cereja do bolo de uma década marcante para a artista. Indo do sucesso de Call Me Maybe e previsões de ser rapidamente esquecida, Carly não teve pressa em construir um som que ecoa o girl power de Cindy Lauper em Emotion apenas para se desconstruir em Dedicated. O disco abraça abertamente sua veia synthpop em canções sinceras sobre experiências amorosas universais – ajuda também o fato de elas serem musicalmente irresistíveis. (Nathália Pandeló)

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Djonga

Conheço Djonga desde Dv Tribo (seu antigo coletivo). Naquela época, já notava uma diferença entre os demais, uma força, a mente do seu tempo, o cara que iria abrir os caminhos, semelhante a exemplos que vão de Mano Brown a Sabotage, Emicida e Criolo. Há três anos, seus trampos vêm se destacando e marcando presença entre os melhores do ano, tornando p rapper mineiro um dos artistas mais relevantes da música brasileira atualmente. Sua poesia simplifica e sintetiza nossa realidade, tem uma potência que palavras não exemplificam, somente o corpo fala. Gera orgulho vê-lo ampliando seu público, e sua mensagem alcançando muito mais gente. Com certeza, em 2019, Djonga foi o cara. (Rômulo Mendes)

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Rosalía

A “Norvana” que não sabia que teríamos: Rosalía fez o público farofeiro do pop apertar as mãos do ouvinte exigente de música contemporânea – todos concordam que há tempos não ouvíamos algo tão original. Sem medo de experimentar, e menos ainda de fazer grandes hits, a artista catalã esbanja talento vocal e interpretativo em grandes produções dentro do espectro do pop eletrônico que mais ouvimos em 2019, seja o de cunho caribenho (Con Altura) ou o sombrio-à-la-Billie Eilish (A Palé). (André Felipe de Medeiros)

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BaianaSystem

2019 foi um ano cheio para BaianaSystem, tão pulsante quanto as suas músicas. Se uma das características do mercado atual é estar sempre em produção, a banda sabe bem o que faz. O já tradicional Navio Pirata percorreu diversas cidades no Carnaval. Pouco antes dele sair às ruas, o grupo lançou O Futuro Não Demora, disco que não só refinou a sua sonoridade, como também estabeleceu Russo Passapusso e companhia na história da música brasileira contemporânea, principalmente por suas críticas contundentes. Críticas e sonoridade que combinadas levam o público a uma catarse coletiva. Também foram lançadas participações nos discos de Pitty e Elza Soares e, em dezembro, mais um novo single inédito. Enquanto Baiana System tiver fôlego, continuaremos acompanhando. Salve. (William Nunes)

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O Terno

Olhar o que está ao redor e conseguir montar paisagens e cenários palpáveis e sinceros é uma tarefa densa e custosa. A contemporaneidade nos faz perceber que o tempo passa voando, as pessoas mudam e vida exige novas coisas. O Terno fez da transitoriedade da vida um espaço de elaboração. Sem ignorar o passado e o que veio antes, o trio aponta para um caminho amplo, onde cabe muita coisa, onde a vida vai se desenrolando diante de nós. (Letícia Miranda)

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Lana Del Rey

Norman Fucking Rockwell não é apenas um excelente álbum, mas a coroação de uma das artistas mais comentadas da década, nem sempre pelos melhores motivos. De hits mornos a críticas tensas, passando por memes e grandes parcerias, a cantora um dia conhecida como Lizzy Grant termina 2019 como uma artista de trabalho sólido em conceito e em linguagem, além de dois pés no topo do pódio do mainstream. Aplaudamos, ela merece. (André Felipe de Medeiros)

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Emicida

Talvez não tenhamos aqui um dos retratos mais fidedignos do clima hostil do ano de 2019, mas AmarEelo se ocupa de algo maior, que transborda os limites da arte como mera reprodução do espírito de um tempo: lembrar-nos do que temos de mais bonito e do afeto como ferramenta de resistência para momentos sombrios. Em nossos futuros piores dias, poderemos pensar nesse estranho 2019 e em Emicida, nas Pequenas Alegrias da Vida Adulta, na Ordem Natural das Coisas, em Cananéia, Iguape e Ilha comprida, e saberemos que “mesmo hoje, é possível”.  (João Barreira)

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Billie Eilish

Billie Eilish começou a fazer barulho em 2016 – quando tinha apenas 14 anos – com Ocean Eyes. Pegando uma geração de jovens que se identificaram com a sonoridade melancólica, ela soltou seu primeiro EP, uma junção dos singles lançados previamente, e foi um sucesso nas plataformas de streaming, mas ainda sem grande apelo mainstream (Bellyache, do compilado, ganhou uma versão de Tiago Iorc no retorno do Acústico MTV). Mas foi com o lançamento de bad guy e do disco when we all fall asleep, where do we go? – disco produzido apenas por ela e seu irmão Finneas em seu quarto – que ela realmente alcançou um público em massa que abraçou o seu conceito que mistura trap, synth e indie, com um visual impecável. Somando sua qualidade sonora e visual com performances memoráveis, Billie segue pra ser um forte nome para a geração de artistas que nasceram depois dos anos 2000. (Matheus Moreira)

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Feito para quem não se contenta apenas em ouvir a música, mas quer também vê-la, aqui você vai encontrar análises sem preconceitos e com olhar crítico sobre o relacionamento das artes visuais com o mercado fonográfico. Aprenda, informe-se e, principalmente, divirta-se – é pra isso que o Música Pavê existe.