Dicas de Discos do Mês: Junho/2021

Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, fica aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.

Os pavezeiros indicam obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.

Eis as dicas de junho de 2021.

Pabllo Vittar – Batidão Tropical

Uma geração bastante influenciada pela cena emo dos anos 2000 tem facilidade de abraçar canções que parecem ser a última cantada. Não me soa uma tarefa difícil, sendo assim, o novo álbum de Pabllo Vittar bater forte no coração, e, desde o lançamento não deixa um dia de ter o seu play por aqui. A artista mais popular do cenário brasileiro mostra que está longe de ser uma breve chuva de verão e se consolida investindo nos ritmos nordestinos – o tecnobrega e o forró – e realiza uma série de versões de sucessos dos gêneros, como Ultra Som (Banda Ravelly) e Ânsia (Companhia do Calypso), além de, é claro, caprichar nas faixas inéditas, como a poderosa Triste com T. (Rômulo Mendes)

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Lila – Puérpera

Para seu primeiro álbum completo, a cantora e compositora carioca abraçou as sensações, aprendizados e inspirações do momento pós-parto e criou uma obra inteiramente baseada na transformação do corpo feminino. As músicas vêm também acompanhadas de um conteúdo audiovisual e interativo que expandem os significados do disco, no mesmo nível de qualidade do som. E aí é que está: Para ainda além do que a obra representa, temos uma coleção de faixas envolventes, afetuosas e até dançantes que agrada qualquer fã da nova música brasileira. Ouça Lunação, por exemplo, e comprove. (André Felipe de Medeiros)

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Amaro Freitas – Sankofa

As investigações sonoras de Amaro Freitas, ligadas à ancestralidade, encontram espaço para além de referências brasileiras. Desde a aparição do nome, o novo disco do pianista recifense (intitulado Sanfoka) evidencia a atenção e disposição poética de Amaro. Atento ao que se passa ao seu redor, o músico compõe suas peças cercado por símbolos, histórias e reverência. Sanfoka mostra uma face mais plural e diversa da elegância de Amaro Freitas. (Letícia Miranda)

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Cautious Clay – Deadpan Love

No trânsito entre novas sonoridades do r&b, hip hop e pop, o músico norte-americano entrega um disco que equilibra com primor a vontade de inovar com a familiaridade no som. São catorze faixas que resumem a musicalidade de Clay, com ambientações volumosas, ritmos quase dançantes e uma atmosfera colorida, quase psicodélica. Da excelente Strange Love (com Saba) à balada Wildfire, é um trabalho despojado, divertido e plenamente contemporâneo. (André Felipe de Medeiros)

Borges – Intocável

Conhecido pela música AK do Flamengo, o carioca Borges, lançou o seu primeiro álbum, Intocável, mostrando o motivo dele ser um dos destaques do rap brasileiro. Dono de letras ácidas e flow singular, o rapper tira do âmago da alma desabafos, questões sociais e orgulho da sua ascensão financeira. O disco inteiro serve como um testamento de quem com pouca idade já viveu tanto. Já descobriram o talento do jovem carioca personalidades como Lázaro Ramos, que destacou a importância da faixa Sodoma e Gomorra, com a participação especial de BK. (Rômulo Mendes)

Faye Webster – I Know I’m Funny Haha

A fórmula é bastante convencional: Uma banda compacta no estúdio que acompanha uma voz feminina por suas composições. O que destaca I Know I’m Funny Haha é, em primeira instância, a tal voz carregar um universo inteiro de personalidade, como a musicista norte-americana consegue fazer. Entre o senso de humor cheio de constrangimento e confissões (des)amorosas nesse mesmo nível, o álbum abraça o ouvinte com sua aura nostálgica e a vulnerabilidade na interpretação de Faye, que nos concede a graça de preciosidades do naipe de In a Good Way. (André Felipe de Medeiros)

Kings of Convenience – Peace or Love

Peace or Love consegue ser uma obra do duo Kings of Convenience por excelência já a partir de seu título, que o insere perfeitamente na discografia da dupla norueguesa. Logo no primeiro play, as harmonias vocais e dos violões que marcaram sua obra anterior garantem aos fãs que aguardaram doze anos por uma novidade do duo que estamos diante daquilo que mais quisemos ouvir durante todo esse tempo – ou seja, aquelas características que nos deram tantas saudades da união de Eirik e Erlend. (André Felipe de Medeiros)

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