Fotógrafo: Luringa

Lourenço Fabrino, mais conhecido como Luringa, é um dos nomes mais conhecidos da fotografia de rock no Brasil. Diferente de outros que migram para a música, desde quando começou a fotografar, seu trabalho sempre foi voltado para bandas, depois de decobrir que fazia isso muito bem quase por acaso, quando levou uma câmera para um show e nunca mais parou. Marketeiro de formação e de alma, o cara ouve Mars Volta e Slipknot, e lança agora a Pexera Produções, especializada em comunicação visual para bandas, como fotografia, web e clipes (é dele Eu Sei, do Fresno). Tivemos a oportunidade de conversar (e dar algumas risadas) com ele e o resultado você confere aí embaixo, em meio às suas fotos.

Música Pavê: Como você começou a tirar fotos de rock?

Luringa: Eu sempre soube que eu queria trabalhar com música. Bom, quando eu era criança, eu queria ser cientista. Mas aí, eu vi que ia ter que estudar muito e desencanei (risos). Aí eu quis fazer música pra ganhar dinheiro viajando, ficando em hotéis e tocando. Tive várias bandas, mas – não sei porquê- nenhuma banda comigo dava certo (risos) e eu pensei “tenho que ficar no meio da música, mesmo sem ser da banda” e vi que a fotografia me dava isso.

MP: E como foi que você percebeu que “tinha nascido” pra fazer fotos?

Luringa: Olha, eu sempre gostei de foto e a música foi um pretexto pra isso. Eu tinha uma vida dupla pra garantir a grana (trabalhava em um jornal e, depois, em um site) e às vezes nem recebia pelo trabalho com as bandas, era mais um lance pra divulgar meu nome, porque reparei que naquela época nem todo mundo tinha equipamento. Era um nicho, não tinha ninguém fazendo essa parada, e eu resolvi investir.

MP: Quais as características que você mais preza que suas fotos tenham?

Luringa: Na verdade, eu penso não em seguir alguma característica, tento não me prender em algum método nem copiar um estilo de um fotografo que eu admire (ate porque não admiro tantos fotógrafos assim)(risos). Eu vejo mtos fotógrafos fazendo isso, mas eu quero que se foda, eu tiro foto do jeito que fica legal pra mim (risos). Sou meio egoísta pra minha arte. Foto, pra mim, é arte e não tem certo ou errado, bom ou ruim, questões artísticas não são para serem discutidas assim, não me prendo muito nisso. Tento passar o máximo da energia do momento e é o que a galera vê nas fotos e se identifica com as imagens. Mas eu não tenho um método, eu tenho é uns esquemas de posicionamento, já que eu conheço bem as bandas, eu consigo prever algumas coisas e me preparao pra elas, mas isso um fotografo que trabalhe há tempos com uma banda acaba tendo. Mas não tenho método ou linguagem especificas, tento registrar o que tô vendo ali na hora.

MP: É diferente fotografar o rock underground e o rock mainstream?

Luringa: Cara, o que muda é a estrutura. Fotografar o show de uma banda grande é tecnicamente melhor porque é mais fácil fotografar em uma estrutura de uma casa de shows do que em um barzinho de rock. Sempre tive acesso muito fácil nos dois e tanto o underground quanto o mainstream tem as suas gratidões e ingratidões, mas o que muda mesmo é só a estrutura.

MP: E onde você quer chegar com a sua fotografia?

Luringa: Quero fazer uma foto com todas as gostosas do mundo ao mesmo tempo e, se possível, eu com elas na foto! (risos) Na real, quero chegar no meu ponto máximo de inspiração, se é que isso existe. Não pretendo revolucionar um conceito nem virar garoto-propaganda de câmera, mas o máximo de liberdade que eu puder ter no meu trabalho e com quem eu trabalhar, melhor.

Conheça mais de Luringa: TwitterFlickrPexera Produções

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2 Comments on “Fotógrafo: Luringa

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