“Rio Manso”: Celeste Moreau Antunes Conta Sobre seu Primeiro Álbum

foto por rafael spinola

Celeste Moreau Antunes possui uma carreira particular dentro do cenário que conhecemos, como mostra a produção de seu primeiro álbum, Rio Manso. Se os discos de estreia costumam ser feitos com canções acumuladas ao longo de tantos anos – muitas vezes, desde a adolescência -, esta obra nasceu de composições relativamente recentes, visto que ela só começou a compor já adulta. E sua criação foi tão frutífera que extrapolou o repertório da obra de estreia, com uma continuação já sendo preparada.

Mesmo com uma importante figura musical na família – seu pai é Arnaldo Antunes -, ela “não pensava em fazer um disco e ter uma carreira nessa área”, contou Celeste ao Música Pavê, “tudo aconteceu muito espontaneamente”. Ela estudou cinema e publicou dois livros antes de se aventurar na música, o que começou com aulas de violão com João Marcodes. Da amizade dos dois, as composições foram surgindo e, com elas, o(s) disco(s).

A artista explica que “a ideia era ter um só disco, mas incluí faixas com poemas e estava longo demais, o que as pessoas não têm mais paciência… eu acho (risos). Daí, optamos por fazer dois volumes”. O título Rio Manso vem da música, o primeiro single que Celeste lançou, mas também ilustra o clima da obra: “Ele não tem nenhuma faixa de morrer de amor ou de algo muito intenso, mas uma combinação que conversa entre o tom das músicas. No segundo, trago coisas mais intensas – ou em outro tipo de intensidade, né?”, reflete a artista.

Celeste conta que, para ela, era importante mostrar-se tanto como compositora, quanto como intérprete neste trabalho de estreia, mesclando suas músicas próprias com algumas de outros compositores “com a graça de serem inéditas”: “Tem uma do meu pai com César Mendes, Se For pra Mentir, que já gravaram, mas ele nunca gravou”, explica ela, “e essa minha versão é bem mais lenta que a já lançada (por Roberta Sá), então é inédita também”.

Suas canções nasceram de composições ao violão, e o álbum foi inicialmente pensado para ter apenas esse instrumento e voz. “A gente se baseou muito em como era a relação das cordas com o vocal e, depois, os outros instrumentos vieram como detalhes para as músicas”, comenta a artista sobre a estética que deve ser transportada também aos shows.

“Penso nele no palco com violão, com certeza. Gostei muito das participações do contrabaixo acústico e das flautas – elas vão aparecer mais no volume dois. Gostaria de ter contrabaixo acústico nos shows, que eu acho muito bonito no palco. Já pensei em ter um sampler para ter os efeitos que eu faço com a voz. Mas esses planos ainda estão muito distantes, principalmente por causa da quarentena. [O disco] foi feito à distância, como uma colagem, então vai ser muito diferente quando tocarmos juntos”.

Sobre o álbum que dá sequência a Rio Manso, Celeste adianta que ele se chamará Decanto, que é o nome original de quando ambos ainda eram um só. “Ele é mais minimalista ainda, tem uma faixa só voz e cavaquinho, o que torna tudo ainda mais intenso”, conta ela. Rio Manso sairá em 28 de outubro, e o próximo deve chegar em 2021.

Curta mais entrevistas no Música Pavê

Compartilhe!

Shares

Shuffle

Curtiu? Comente!

Comments are closed.

Sobre o site

Feito para quem não se contenta apenas em ouvir a música, mas quer também vê-la, aqui você vai encontrar análises sem preconceitos e com olhar crítico sobre o relacionamento das artes visuais com o mercado fonográfico. Aprenda, informe-se e, principalmente, divirta-se – é pra isso que o Música Pavê existe.