Jack White É Plural
Aos 37 anos de idade, Jack White já pode considerar um grande contribuinte do rock. O mundo conheceu suas ideias assim que Seven Nation Army foi lançada. Aquele poderoso riff de guitarra embala até hoje as noites de muitas casas noturnas do planeta, inclusive nos estádios de futebol com os cânticos ritmados à “ooooooooo”. Enfim, todo aquele estouro com a extinta The White Stripes ainda rende bons frutos a White.
Para entendê-lo é preciso conhecer sua trajetória musical, obviamente. Láááá no comecinho dos anos 90, quando White era apenas um adolescente de Detroit, com 17 aninhos, ele fez parte da tal Goober & the Peas, que lançou três álbuns entre 92 e 95. Bom, essa foi uma banda muito peculiar, PECULIAR MESMO … os caras eram uma banda “cowpunk”, uma mistura de country com punk, enfim… algo maluco. White era o baterista dos caras e na banda ele foi apelidado de “Doc”. Bom, esta experiência diferente e inusitada impulsionou White a formar sua própria banda.
Em 97 ele e a então esposa formaram o famosíssimo The White Stripes, apenas com uma bateria, guitarra e voz; sem baixo e/ou teclados! Foi algo diferente para a época,mas nem tanto, já que o formato “duo” foi bastante usado, principalmente nos Estados Unidos. Mas estamos falando de uma época em que o rock estourava no mundo todo com quatro ou cinco integrantes em cima do palco.
Jack White reinventou, deu nova vida ao rock e despertou a curiosidade de muita gente. O cara sempre foi um guitarrista exemplar; também, nasceu de uma família de músicos. Foi até convidado para estar ao lado dos astros da guitarra como Jimmy Page e Edge no documentário It Might Get Loud. Além de estar com os ídolos de perto, os ídolos também conheceram as técnicas e as loucuras de White com as cinco cordas. Aí White decidiu formar o Racounters, bem mais barulhento que The White Stripe (eu pelo menos acho isso!) e mais rock n’ roll. Ali ele foi um frontman de verdade, não que no The White Stripes ele não tenha sido, mas ali era uma banda grande, com mais de dois músicos no palco.
Não tem muito o que falar de Jack White a não ser sua ousadia e sua paixão pelos anos 50 e 60. Ao assist-lo no palco, você até pensa que está diante de um show nos anos 50 nos Estados Unidos, afinal, o próprio visual do guitarrista ajuda bastante. Vamos falar da voz dele? É uma voz que, de longe … mas beeem de longe… até parece de uma mulher. No entanto é gemida, sofrida e bem americana, com o sotaque caipira no gogó. Mas tudo combina. O rock n’ roll básico produzido por White combina com sua voz “afeminada” e suas roupas à la ilusionista.
Jack White foi o holofote no primeiro semestre de 2012. Tudo isso porque o estadunidense lançou um álbum solo totalmente diferente do que ele tinha feito no The White Stripes e no Racounters. O Blunderbuss tem treze faixas gravadas e produzidas na produtora dele, a Third Man Records. Na Bélgica, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e Suíça, o CD foi top one, uma parada atrás da outra. Quem vê White hoje até se estranha, porque o rapaz parece até uma banda de jazz ou blues, com músicos gabaritados nos pianos, bateria e até no baixo. A sonoridade é a cara de White. Ele mesmo disse que este rock mesclado com blues, jazz e country vêm de família. É algo enraizado, sabe?
Bom, para quem tem um pé em tudo isso fica mais fácil até de fazer um álbum perfeito, digno de obra prima. White, no ano que vem, estará nos palcos do Grammy. Ele foi nomeado por “álbum do ano”, além de “álbum de rock do ano” e “melhor música de rock” com Freedom At 21. Esperem dia 10 de fevereiro de 2013 para saber se White de fato já pode estar entre os 10 gênios do rock.
Curta mais de Jack White e da série Marcou 2012 no Música Pavê