Entrevista: Mallu Magalhães
Famosa desde os quinze anos, existencial desde sempre. Mallu Magalhães deixou um pouco de lado seu jeito de menina tímida tão logo se tornou “velha e louca”, como ela mesmo canta. Começou tímida, lúdica, compondo na maioria das vezes em inglês e, com o tempo, foi explorando mais do que sempre existiu dentro de si: a veia artística pulsante, uma menina multinstrumentista.
Conversamos por email com Mallu, que nos revelou ter vontade de criar uma marca de roupas e que além de ser uma menina doce é tambem aventureira, gosta de subir em árvores e correr. Como é de se imaginar, ela não se imagina parando de cantar, mas diz gostar bastante de desenho e costura.
Velha e Louca
Música Pavê: Mallu, o seu novo álbum mostra uma mulher doce e calma, como sempre foi, mas ao mesmo tempo mais confiante que nunca. Em Velha e Louca, você diz : “Pode falar que nem ligo, agora eu sigo o meu nariz. Respiro fundo e canto, mesmo que um tanto rouca”. Você acha que a maioridade e o sucesso conquistado lá atrás te trouxeram uma maior confiança em relação à opinião das pessoas?
Mallu Magalhães: As experiências trazidas pela profissão foram, sem dúvida, muito engrandecedoras e os desafios intensificaram no processo de amadurecimento. Velha, na verdade, é uma sensação, um sentimento: ” estou ficando velha”, ou seja, já vivi bastante, estou vivendo e vou viver mais… Refere-se às experiências, às aventuras, ao tempo como conjunto de sensações e vivências, não ao tempo contado em anos.
MP: Qual música do álbum Pitanga melhor define este momento em sua vida ou carreira?
Mallu: Pitanga é um retrato de uma fase da minha vida, muita rica em transformações, decisões. Um grande amadurecimento marca este trabalho em diversos pontos: na composição, nas temáticas, na coragem de assumir a sinceridade e a intimidade ao extremo, na musicalidade. Existe uma grande busca por uma estética autoral cujo caminho é sempre perguntar a mim mesma, em meu ponto mais abstrato, por alguma resposta para cada detalhe de sonoridade, acorde e nota… Enfim, sinto que me conheci, me fortaleci como artista me entregando inteira e intensamente à minha arte e, naturalmente, à minha personalidade e existência.
MP: Além de compor, cantar e tocar múltiplos instrumentos, você tambem pinta, borda e faz vídeos – o que é normal para uma pessoa tão artistica quanto você. Como você equilibra sua carreira com o tempo para desenvolver tantas habilidades?
Mallu: Como estive de mudança, demorei um tanto para rearranjar todos os alfinetinhos e retalhos para mandar bala na costura. Quando viajo, fico mais no bordado, mas, em casa, costuro com uma certa frequência. Abrir uma marca está nos meus sonhos, mas ainda me parece desafiador e trabalhoso demais para o ponto em que estou na minha vida pessoal e carreira. Acho que é coisa a se fazer quando eu me sentir mais segura.
MP: Se você tivesse que parar de cantar, qual outra área artistica você seguiria?
Mallu: Não consigo imaginar parar de cantar. Mas adoro desenhar, costurar, pintar…
MP: Lembro-me de uma entrevista em que você disse que tem a mania de pegar um ônibus, sem rumo, só para ficar entre pessoas. É um momento em que você foge um pouco do seu mundo e tenta entrar no mundo das outras pessoas, para ver o que há de novo, o que pode te influenciar? O que mais te inspira na hora de criar?
Mallu: Meu trabalho é regido pelo sentimento, procuro fazer as coisas o mais intuitiva e sensitivamente possível. Compor, para mim, é mais necessário que comer. Componho para existir.
MP: Em relação ao seus videoclipes, qual o seu grau de envolvimento com eles?
Mallu:Eu adoro me envolver, gosto de palpitar em tudo.
Making of: Velha e Louca
MP: Conte um pouco de suas fotos com o Marcelo, como vocês começaram com a fotografia? Foi algo espontâneo, do dia a dia, ou como um projeto?
Mallu: Marcelo está presente em diversos ângulos da minha vida e existência. Acho que, como todo o casal, modificamos um ao outro. Como todos os amigos e como todos os profissionais, modificamos um ao outro!
MP: A mudança para o Rio de Janeiro já está te influenciando artisticamente?
Mallu: Eu gosto muito da cidade. Sempre fui bastante ativa, meu negócio é corrida e subir em árvores. A cidade me dá um jeito menos rígido de olhar para mim mesma e eu, bastante crítica e perfeccionista, acho que preciso desta “dose” de maciez.
MP: E quais serão seus próximos passos? O que mais veremos de Mallu em 2012?
Mallu: Muita coisa! Estou me preparando para começar a turnê deste disco novo, junto com clipes ( já foi gravado o primeiro), e até outros trabalhos interessantíssimos que vem por aí! Quero trabalhar muito, com mais amor e alegria ainda!
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