Papo em Dia: el escama

Aqueles nomes que já apareceram pelo Música Pavê em algum momento no passado e deixaram saudades retornam para colocar o Papo em Dia com quatro perguntinhas.
el escama
O que aconteceu desde a última vez que nos falamos?
“Então, o lançamento do meu primeiro álbum (el escama, 2021) foi no meio da pandemia e acabou que não fiz nenhum show dele. Fui uma das pessoas que mudou para o home office e, realmente, fiquei quase dois anos sem sair de casa. Em compensação, voltei a estudar violão. Aí, a cada nova lição, compunha uma música pra fixar o aprendizado. Assim nasceu o repertório e o conceito do que viria a ser o ESSE É MEU ÚLTIMO DISCO. Com o cenário reaberto, estou nessa contradição gostosa de lançar o álbum escrito no isolamento enquanto corro atrás de palcos pra reconectar pessoas ao vivo”
O que mudou e o que não mudou na maneira como você vê a música (ou como você faz música) nesse período?
“Acho que muda um certo status quo interno. Antes, eu era o maluco que ficava falando quase em tom de ameaça: ‘estou gravando, vou lançar um álbum!’. Agora, já ostento uma discografia! Pode parecer bobagem, mas para um nerd que coleciona discos e decora fichas técnicas, isso elimina uma certa ansiedade e possibilita pensar na minha música com mais segurança e tranquilidade. Em um plano mais prático, a pré-produção de ESSE É MEU ÚLTIMO DISCO foi outra coisa. No primeiro, montei uma banda diferente pra cada canção e trabalhávamos nela durante um período curto de tempo, nos curvando ao que a música pedia. Dessa vez, foi um time mais fechado que pensou o disco como um todo: Pedro Mello (produtor), Emilio Mizão (arranjador) e eu, que cheguei ao estúdio com todas as músicas e um conceito estético bem definido. Assim, foram as músicas que tiveram que se curvar pro álbum! E tudo isso só mudou porque teve algo que não mudou: A busca eterna de um maluco tentando se entender por meio da própria composição e por todos os processos que a envolvem”
Quais são suas novidades?
“A maior de todas é que lancei o meu segundo álbum, falando da era digital e onde até o título é um clickbait. Dele, nasceram clipes como Suspensão Voluntária da Descrença e Vale da Estranheza (que mistura terror dos anos 1930 com IA) e a minha volta oficial aos palcos. Aliás, o próximo show é na Porta Maldita (11/07), que é um dos lugares mais importantes pra você descobrir o que tá rolando na cena de São Paulo!”
Quais outros artistas/bandas você tem escutado?
“Esses últimos tempos tô curtindo muito Django Django, The Smile, Crumb, Panda Bear, Sofia Freire… O novo do Stereolab tá no repeat aqui também! E tenho um ritual sagrado que é a playlist alimentada só com lançamentos do ano. É meu antídoto pra não ficar sempre nas mesmas coisas! A de 2025 tá aqui“
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