Urbanú: “Meu trampo tem uma completude maior quando está no meu corpo”

Urbanú é o projeto “extra-musical” do artista Vitor Hugo, que trouxe sua experiência nas artes do corpo também para o formato vídeo. O resultado dessa mistura toda é o EP visual Urbanú, com produção de Curumin e vídeos assinados pela dupla Paulo Bueno e Uibirá Barelli.

“Sinto que meu trampo tem uma completude maior quando está no meu corpo”, contou Vitor ao Música Pavê por telefone, “não é só fechar os olhos e soltar as notas. Vim da escola da dança contemporânea, música é uma linguagem artística recente para mim. E ela é mais uma experiência que permeia meu corpo”.

Em Urbanú, cada uma das quatro músicas recebeu um tratamento individual, e um dos principais fios condutores da obra é a pessoa do artista, que se entrega ali nas interpretações das faixas. Outro aspecto que dá grande coesão ao disco é a sonoridade que reconhecemos da produção de Curumin, sempre brasileira e contemporânea. Inclusive, ele é visto em Vocabulário, o clipe mais diferente dos quatro que compõem o EP.

“Ele é uma pessoa que admiro demais e sou muito fã da música dele”, conta Vitor sobre o produtor, “aprendi demais com ele nesse processo. Acho que o estímulo externo faz com que eu reconheça um lugar que eu posso chegar, mas não iria sozinho. A musicalidade que Curumin trouxe me levou a um lugar que eu amo e que eu queria trabalhar, mas não sabia”.

O mesmo processo aconteceu com a produção dos vídeos, na parceria com Bueno e Barelli – “já conheço os caras há muito tempo e sabia que era com eles que queria trabalhar”, conta ele. “Me interessa esse fluxo, esse cruzamento, essa assinatura de outra pessoa que você percebe”, continua.

“Firmo minhas parcerias pelo afeto”, conta Vitor, “não consigo fazer algo que é tão emocional para mim, de um lugar onde eu preciso estar inteiro e à vontade, sem que seja por isso. Todos os parceiros e parceiras que eu vou trazendo vêm pelo afeto, e depois pela admiração e pela vontade de trabalhar junto”.

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