“Somos”, Rihanna e sinceridade: Um papo com Barro

foto por louise vas

“Somos é coletivo”, esclarece o músico pernambucano Barro ao falar sobre seu segundo álbum: “Ele começa com Seja Você falando do individual e termina em Somos, que é sobre todos nós. O disco é isso, é a primeira pessoa, mas do plural”.

Barro, músico e produtor já conhecido na cena recifense, ganhou seu lugar no Brasil como um todo ao lançar seu Miocardio em 2016, um trabalho que esbanjava sensibilidade e, com isso, conquistou emocionalmente fãs por todo o país. “Tem a ver com a verdade que você coloca nas coisas”, contou ele ao Música Pavê por telefone, “as pessoas se identificam quando você é sincero. Pelo menos, comigo sempre foi assim”.

O trabalho em Somos repete a carga poética de seu antecessor, mas em um universo sonoro diferente, construído a partir das experiências do músico ao lado de seus comparsas que o acompanham nos shows (Guilherme Assis e Ricardo Fraga), uma configuração que ele chama de “oficina de experimentação” e que gerou uma estética contemporânea e ainda mais pop.

“Hoje em dia, há um diálogo global com a música”, explica ele, “todo mundo ouve Beyoncé, Rihanna, Tame Impala e Radiohead, e todo mundo acaba trazendo esses sons para suas identidades”. “Rihanna, por exemplo, tá em Barbados fazendo aquele som caribenho, mas incorporando elementos do hip hop norte-americano, e acaba influenciando muita gente nesse processo”.

No caso da sonoridade de Somos, isso gera também um show com mais “pegada” que o de Miocardio. Barro, que se apresenta em São Paulo nesta quinta (com participação de Mariana Aydar e uma música surpresa; mais detalhes abaixo) reúne no palco várias das características que chamam atenção em seu som, da sinceridade com que trabalha os sentimentos às estéticas que tanto ouvimos hoje em dia. Em um período de tanta divisão no país, o momento de dividir a música ao vivo nos lembra que todos sentimos, que todos ouvimos e, principalmente, todos Somos.

Barro no SESC Pompeia (SP)

Quando: 19 de janeiro, 21h
Onde: Rua Clélia, 93
Quanto: De R$6 a R$20, com venda pela rede Sesc.

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