Paramore: Reconstruindo uma Identidade

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Quando ouvimos uma banda que admiramos desde seus primeiros discos até os mais recentes, é fácil notar que ela carrega consigo uma identidade, seja pela atitude de seus membros ou eles próprios, a imagem da banda na mídia e sua música. É claro que, ao longo de sua carreira, cada novo trabalho lançado por um artista apresenta mudanças na sonoridade em comparação aos anteriores, o que é o processo natural das coisas, e também existe a questão pessoal dentro de uma banda, pois afinal elas são formadas por pessoas que tem seus interesses próprios ou coletivos, e que acabam muitas vezes resultando em brigas internas que culminam muitas vezes com a saída de integrantes importantes para o processo criativo. Diante destas turbulências, muitas bandas param ou procuram continuar seu caminho sem deixar de lado sua base, ou seja, aquela identidade que as tornam conhecidos como são. E este foi o caso do Paramore, que lançou recentemente seu mais novo álbum autointitulado na semana passada, e que já coleciona críticas positivas.

Com uma carreira que se iniciou em 2004, Paramore alcançou, após o lançamento de três discos, uma popularidade considerável na cena do Pop Rock Alternativo internacional, o que fez da banda liderada por Hayley Williams um fenômeno nos dias de hoje. Mediante este estrelato, no final de 2010, brigas internas levaram a saída de dois integrantes fundadores do grupo, os irmãos Zac e Josh Farro, o que foi algo inimaginável até então para a banda. Descartando a opção de parar, Hayley se uniu aos seus únicos escudeiros remanescentes, Taylor York e Jeremy Davis, com a  difícil tarefa de seguirem sua carreira com novos músicos de apoio e gravar um novo álbum, algo nada fácil de se realizar.

Passadas as instabilidades, o grupo voltou aos estúdios com uma nova energia, esta que seria fundamental para a criação do novo disco que eles mesmos optaram por nomeá-lo apenas como Paramore, pois seria algo representativo de uma nova fase na carreira da banda, e que contou com a produção de Justin Medal-Johnsen, do Nine Inch Nails. O resultado, foi até então, aquém do esperado: um disco carregado de melodias bem trabalhadas, abordando diversos estilos que influenciaram musicalmente o grupo, ukeleles, um coral Gospel e, é claro, o pé no Post-Hardcore que apadrinhou os primeiros trabalhos da banda.

Parece que todos os problemas enfrentados por Hayley Williams e seus companheiros remanescentes fizeram com que o Paramore criasse neste novo trabalho uma nova identidade, ou melhor, recriar a sua identidade de sempre, de uma forma mais adulta, evoluída, necessária para o crescimento de qualquer artista no meio musical, e eles conseguiram realizar esta difícil tarefa com muita destreza e principalmente com humildade.

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