Mustache e os Apaches: Da Rua aos (Grandes) Palcos

Não vou contar aqui novamente a história da banda Mustache e os Apaches, uma trajetória muito diferente das que costumamos acompanhar no meio independente – a essa altura, todo mundo já sabe que o grupo começou a tocar pelas ruas de São Paulo e, com o tempo, conquistou outros territórios de destaque dentro e fora do Brasil. Só que é difícil para quem acompanha os músicos há tantos anos (meu caso) não lembrar dessa linha narrativa quando se depara com um show no Auditório do Ibirapuera (nesta sexta, 07), um dos palcos mais célebres da capital paulista.

“Em algum momento, a gente chegou a pensar que nunca tocaria em lugares fechados, porque a gente estava experimentando pela primeira vez a alegria dessa linguagem de tocar na rua”, conta Pedro Pastoriz ao Música Pavê. Ele afirma que tocar em palcos maiores “não era o que nos motivava, mas a gente foi crescendo passo a passo e a resposta era muito boa, então a gente começou a pensar em coisas mais ousadas”.

Os cinco integrantes moravam na mesma casa no início da banda e recebiam diversos hóspedes – “um pessoal do circo vinha da Bélgica, uma menina que cozinhava era de Ibiza, tinha argentinos, gente de outros lugares do Brasil também”, relembra o guitarrista e vocalista. A partir dessas conexões, veio a oportunidade de uma primeira turnê na Europa antes do primeiro álbum ser gravado, em 2013. Em seu lançamento, o local escolhido para o show de estreia foi justamente o Auditório do Ibirapuera.

“É um prazer enorme tocar no Ibirapuera, porque é a chance que a gente tem de ter todos os equipamentos que gostaria de ter”, comenta Pedro. O show em questão, do disco Três (2018) estreou na Casa Natura Musical (também em SP) e já rodou por Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, com apresentação marcada em Porto Alegre já no próximo dia 10. Ainda mais performático que de costume, o espetáculo tem a diretora de teatro Tatiana Vinhais dirigindo luz e palco para levar um pouco do espírito livre das apresentações de rua para o ambiente de teatro e casas de show.

Essa adaptabilidade está na natureza do que é Mustache e os Apaches, que faz bonito tanto na calçada, quanto sob os holofotes. “Acho que a gente conseguiu passar essa ideia de trazer outras linguagens para o palco já de partida, tocando na rua com instrumentos não tão convencionais pros bairros onde a gente tocava”, comenta Pedro, “e a gente conseguiu se manter com isso – a gente já tocou em filme e novela, já fez trilha de cinema e de seriado. É uma banda que pesquisa o excêntrico, o que não é muito feito, mas acaba atingindo um público diversificado. As pessoas tendem a se conectar talvez pela nossa alegria, pelo tesão de curtir o que está fazendo”.

Para mais informações sobre o show no Auditório do Ibirapuera, visite a página do evento no Facebook.

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