Frejat, sobre novo álbum: “Fiz o disco para mim”

foto por leo aversa

“Eu sou o rock’n’roll”, brincou Roberto Frejat durante encontro online com membros da imprensa brasileira na véspera do lançamento de Ao Redor do Precipício, seu quinto álbum solo de estúdio (o primeiro em doze anos). Cheio de bom humor e simpatia, ele não economizou palavras para mostrar o quanto estava orgulhoso do seu novo disco.

A brincadeira com o rock veio em um momento em que ele explicava que não havia nenhuma intenção em apostar em um som nostálgico nesta obra. Pelo contrário, ela tem seu frescor ao não tentar dar uma cara de outra época que não a de hoje, abraçando modos de gravação e uma consequente finalização também contemporânea. Sua essência, no entanto, é um desenvolvimento daquilo que Frejat trabalha desde seu início com Barão Vermelho.

Como alguém que atravessou diversos meios de distribuição da música (ele mesmo relembra as transições entre vinil, k7, CD, “pirataria” e streaming), a decisão de entrar no estúdio novamente após tanto tempo levou em consideração o formato em que o trabalho sairia. Acreditando que “essas plataformas estarão aí por alguns anos ainda”, o músico focou em fazer o trabalho que queria, “sem ceder à pressão das rádios” esteticamente. “Eu fiz o disco para mim”, comenta ele.

Em cada uma de suas respostas, o músico carioca incluía diversos nomes que participaram do disco – como os produtores Kassin, Humberto Barros e Maurício Negão, ou Leoni, com quem assina duas músicas no disco -, e eles logo viravam personagens em histórias que ele conta com grande prazer.

Com uma camiseta da banda The Baggios, Frejat comentou curtir vários nomes de novas gerações, como O Terno, Boogarins, Facção Caipira, Iza, Céu, Letrux e Amarelo Manga, banda de seu filho Rafael. “Fico preocupado com o futuro dessa geração”, disse ele, “vejo que é difícil se impor nesse cenário, é duro estabelecer seu nome sem uma remuneração que te permita viver de tocar”.

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