Dicas de Discos do Mês: Abril/2021

Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, fica aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.

Os pavezeiros indicam obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.

Eis as dicas de abril de 2021.

Duda Beat – Te Amo Lá Fora

Era um outro mundo, uma outra vida, quando Duda nos entregou seu Sinto Muito em 2018. Para o disco que sucede sua tão elogiada estreia, a cantora e compositora pernambucana manteve as características que nos encantaram em seu som – letras de uma sofrência muito sincera (aquele “quem nunca?” da era dos relacionamentos líquidos) em uma estética que reúne sonoridades brasileiras com o pop e indie contemporâneos -, mas levou esse estilo a um lugar ainda mais denso, volumoso e quase caótico em alguns momentos. Exatamente o que nos contempla em um tempo como este que vivemos. Cheio de candidatos a hit (Mais Ninguém, Nem Um Pouquinho), o álbum se liga ao anterior também em versos que serão entoados com força nos shows, como “meu coração vive de imaginação” (de Meu Coração). (André Felipe de Medeiros)

Crumb – Ice Melt

A banda indie estadunidense lança seu segundo álbum, Ice Melt, sem muito hype e um tanto tímida, mas com o que sabe fazer de melhor: Compondo melodias atmosféricas, abusando de ruídos e sintetizadores e encontrando desfechos finais no vocal singelo de Lila Ramani. Apesar de ser um conteúdo bem vagaroso, às vezes até pesado (a depender da vibe que o ouvinte estiver sentido), são dez canções capazes de abrir janelas e nos levar a diversas camadas, gerando aquela sensação de sonhar acordado. (Rômulo Mendes)

Royal Blood – Typhoons

Typhoons, terceiro álbum de Royal Blood, continua a expansão da sonoridade do duo britânico, algo que já vem de seu trabalho antecessor, How Did We Get So Dark? (2017). Ao mesmo tempo, é clara a intenção da banda de se livrar de algumas amarras e explorar caminhos para além dos riffs de Mike Kerr. O baixista, aliás, se destaca cada vez mais por sua performance como vocalista. Um disco para as pistas de dança de rock ou para os grandes festivais. A certeza é de que Royal Blood é uma banda necessária. (William Nunes)

Orochi – O Lobo

Orochi é um trapper em ascensão com uma linha melódica bem singular, característica que se insere em sua própria identidade musical e nos chama a atenção não apenas pela qualidade, mas também por se diferenciar em um gênero que ainda desenha muitos artistas semelhantes. Lançando o seu segundo álbum, O Lobo, o carioca demonstra ser um dos melhores da cena. Com nove faixas bem atmosféricas, capaz de fazer o ouvinte simpatizante do trap viajar sem sair do lugar. Certamente um dos melhores lançamentos do ano. (Rômulo Mendes)

Filipe Mariz – Possa Nova

Produtor frequente na cena de Maceió (e membro dos projetos Troco em Bala e The Mozões), Filipe reúne as pessoas certas para cada um de seus trabalhos, e não é diferente quando o assunto em questão é suas próprias composições. Seu segundo álbum autoral apresenta canções de uma música popular brasileira contemporânea, herdeira desde João Gilberto (citado na capa do disco) até a novíssima geração, como Marcelo Jeneci e Cícero. Ao lado de vários de seus amigos da cena alagoana, Filipe é ao mesmo tempo cantor e maestro das interpretações de suas letras, sobre romances, medos e saudades do início da vida adulta. (André Felipe de Medeiros)

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