2018: Artistas Comentam o Melhor do Ano na Música
Em uma semana na qual o Música Pavê comentou o que o ano teve de maior impacto no site (e o pessoal do Instagram participou ativamente dando suas impressões também), diversos músicos e bandas foram também procurados pela equipe para que também desses suas impressões sobre o que 2018 significou em seus fones de ouvido, playlists e caixas de som.
Como sempre, é interessante como podemos conhecer mais desse pessoal que já escutamos através de suas palavras, ao mesmo tempo que seus depoimentos ajudam a construir um panorama complexo e, ainda assim, mais palpável do que vivemos nos últimos doze meses.
(Acompanhe o especial 2018 no Música Pavê)
Luiza Lian
Os artistas que marcaram o ano para mim foram: Ava Rocha, com o disco Trança e seu show de lançamento. Ela é uma artista que me inspira profundamente, acho que me identifico de um jeito diferente com o trabalho dela, com a maneira como ela faz música – ela é bem imagética também; Tu, da Tulipa Ruiz, que acompanhou a gente nesse ano em várias viagens. Fiquei muito envolvida de uma maneira geral por ela como compositora, assim como o trabalho da Ava, quanto Elza Soares, enfim, foi uma parada que eu amei muito nesse ano; O disco da Anelis Assumpção, que eu ouvi muito quando saiu, é uma artista que eu adoro acompanhar; Adorei ter descoberto o trabalho da Ana Frango Elétrico, é demais o jeito que ela compõe, a liberdade que ela tem na poesia; Maria Beraldo também teve um disco que não saiu do meu radinho, disco foda pra caramba, que fala as coisas de um jeito muito único; E o disco da Quartabê, que foi bem marcante para mim e também me acompanhou pelas estradas, faziam minha viagem ficar parecendo um filme dos anos 70.
Lay Soares (Tuyo)
2018 foi um ano de muita raiva pra mim, e quando eu ouvi o disco novo do Djonga a raiva aumentou, mas foi uma parada muito boa, no melhor sentido que raiva pode ter (risos). Ele atravessou meu ano. E toda vez que alguém tentava passar a gente pra trás, era o disco do Djonga que a gente colocava, pra ficar gritando que “o terror voltou”.
Tatá Aeroplano
Nesse ano, escutei muito Lau e Eu, que lançou o disco Selma, uma das coisas mais legais de um ano repleto de lançamentos incríveis.
Carlos Posada (Posada e o Clã)
Pra mim, Jaloo foi o artista mais interessante do ano. As parcerias com BADSISTA (Say Goodbye), MC Tha (Céu Azul) e Lucas Santanna (versão de Cira, Regina e Nana) me fizeram dançar e cantar feliz da vida. Eu sinto a música dele presente, no presente e sendo tal para quem escuta. Sem falar na direção de Valente, da MC Tha, e atuando em Paraíso Perdido, o longa de Monique Gardenberg.
Guto
Moses Sumney circulou com seu maravilhoso disco de estréia, Aromanticism; lançou o EP Black In Deep Red, 2014; recusou a se apresentar no festival de jazz de Montreal caso a peça SLĀV — composta por elenco majoritariamente branco interpretando canções tradicionais de escravos afro-americanos — fizesse parte da programação do evento, fazendo com que a organização do festival voltasse atrás, cancelando a peça e mantendo a performance de Moses.
BNegão
O que marcou meu 2018 foi o disco Quem é essa mulher? da Cores de Aidê, com certeza. É um samba reggae de Florianópolis que me deu um choque danado. E Elza Soares, Deus é Mulher, e o disco novo do Baco Exu do Blues, Bluesman.
Dingo Bells
Selecionamos os seguintes trabalhos: Lição #2: Dorival, Quartabê, pelo bonito trabalho de manter viva a memória de um grande compositor e ao mesmo dessacralizá-la, mantendo a música, de fato, viva e atual; Cavala, Maria Beraldo, pela síntese e potência do discurso musical, e pela contemporaneidade da linguagem; e Sex & Food, Unkwnown Mortal Orchestra, pela beleza do trabalho, de uma ponta a outra do processo: desde a feitura das composições até o fonograma finalizado.
Kell Smith
O artista que mais me marcou esse ano foi Quincy Jones. Aprendi muito sobre versatilidade musical sem perder a qualidade.
Salma Jô (Carne Doce)
Acho que a Letrux foi umas das artistas que mais se destacou esse ano, ainda promovendo o Em Noite de Climão (2017). Nós pudemos ver esse crescimento de perto e o impacto do show, da performance e das letras da Letícia no público, pois tocamos em muitos festivais juntos. Acabou que foi a banda com quem fomos mais colegas esse ano, dividindo palcos, trocando figurinhas.
2de1
Em 2018, a gente não tem como não falar da nossa Linn da Quebrada. Apesar do último trabalho ter sido lançado em 2017 (Pajubá), foi nesse ano que ela rodou o país mostrando toda a explosão incrível do seu trabalho, que, além de inspirador, foi essencial pro momento político que vivemos nesse 2018. Sem contar o lançamento do documentário Bixa Travesty que foi com certeza uma das mais fortes e potentes coisas lançadas nesse ano de 2018.
Bolerinho
Nós pensamos em indicar a Larissa Luz, pelo trabalho solo dela e pela maravilha que ela tem feito no musical da Elza.
Esdras Nogueira
Pra mim, Kamasi Washington foi o grande nome da música instrumental: lançou o terceiro disco em 2018 e chegou chutando a porta. Gosto muito dele.
Dennis Guedes (The Outs)
2018 foi um ano cheio de ótimos lançamentos e fica difícil escolher só um. Um disco que ouvi sem parar foi o Isolation da colombiana Kali Uchis. Além de ótimas composições, a produção e sonoridade – dois pontos que me enchem os ouvidos – são muito bem cuidados, trazendo uma mescla contemporânea de R&B, hip hop lo-fi, pop e rock psicodélico. De artistas brasileiros, meu destaque vai pra Duda Beat com Sinto Muito, que, além da produção massa, traz uma mistura de ritmos como brega e reggae de um jeito bem próprio e gostoso de ouvir.
Bazar Pamplona
Deus É Mulher, da Elza Soares, foi o nosso disco favorito de 2018, embora, em algum momento, a gente tenha pensado em escolher o Ok, Ok, Ok, do Gilberto Gil. Mesmo tendo repetido algumas fórmulas do maravilhoso A Mulher do Fim do Mundo, lançado apenas três anos atrás, o disco da Elza consegue ser tão bom quanto o anterior. Diz tudo o que precisa ser dito neste momento. Que deixem ela cantar até o fim!
Leo Sandi (Catavento)
Catavento viajou bastante esse ano depois do lançamento de Ansiedade na Cidade, isso nos levou a alguns festivais e tivemos a oportunidade de sacar muitos shows intensos de álbuns fresquinhos da música independente brasileira. Uns que me marcaram muito foram de Maria Beraldo e Teto Preto. Além de serem álbuns muito fodas lançados nesse ano, se destacam muito por suas harmonias e também performances ao vivo, intensas e impactantes tanto visualmente como na sonoridade, mostrando uma direção da música brasileira atual. Papo reto e ao mesmo tempo cheio de poesia. Também gostaria de citar Edgar, que tem um álbum incrível (Ultrasom) e uma lírica e flow muito únicos, além de ser um artista visual muito foda – o que acompanha muito bem sua obra – se utilizando de todos excessos e ironias da sociedade capetalista, do cotidiano e das relações (dando outra ideia pro lixo e pro descarte, por exemplo).
Papisa
Duas artistas que para mim se destacaram bastante em 2018: Maria Beraldo com o seu Cavala e YMA com seu show e clipes impecáveis. O Cavala foi pra mim uma das surpresas do ano, gostei demais da produção e das composições, com uma interpretação forte e suave ao mesmo tempo e um discurso político e sensível. YMA eu vejo como uma artista muito completa, tanto na música, nos shows quanto nos vídeos, que são todos bem geniais. Saiu o primeiro clipe do disco novo previsto pra janeiro e estou muito curiosa para ouvir inteiro, certeza que vem coisa linda por aí.
Lucas Gemelli (O Tarot)
A banda Joe Silhueta, de Brasília, após um tempo na estrada compondo e amadurecendo um show explosivo e hipnótico, lançou nesse ano o álbum Trilhas do Sol“. Vale a pena cada segundo de audição. O show consegue ser ainda melhor que o álbum.
Jota3
Minha escolha é o cantor jamaicano Protoje. O álbum A Matter of Time foi marcante pra mim em 2018 devido ao seu discurso, estética e principalmente a qualidade do show e da performance do jamaicano junto à sua étima banda (The Indiggnation), que foram capazes de transpor com maestria a atmosfera das músicas do estúdio pro show, elevando o nível do reggae mundialmente de novo. Destaque pra faixa No Guarantee (com Chronixx), que ganhou clipe há alguns meses.
Norma Odara (Pitaias)
Acreditamos que o som que não nos abandonou neste ano de 2018 foi o da pernambucana Duda Beat. Ela estreou o primeiro álbum em abril, Sinto Muito, com uma potência e primor avassaladores. O trabalho da Duda é sincero, autêntico e dá vontade de ouvir em loop porque fala da trajetória dela e principalmente da fragilidade das relações amorosas, do afeto, de doação e cuidado, tão caros na nossa sociedade. Além disso o disco tá lindão por ter sido produzido por tanta gente bacana como Tomás Troia, Lux Ferreira e Patrick Laplan. A gente pira muito em abertura de vozes também e a Duda, junto da Luiza de Alexandre e Camila de Alexandre, faz a gente arrepiar. Recentemente, ela ganhou o Prêmio Revelação da APCA, que reflete bem a profusão de seu trabalho e o mérito por tudo isso.
Claudia Daibert (Consuelo)
Escolhi Linn da Quebrada, porque gosto do seu sarcasmo, das suas letras, postura e presença de palco, e principalmente gosto do arrepio que ela me causa. Tocar em temas importantes, de confronto e contestação, me fazem acreditar na música e na diversidade que temos no Brasil.
Bel
Acabei de voltar da SIM totalmente maravilhada com as duas apresentações que assisti da banda Tuyo. Já seguia no Spotify, mas nunca tinha visto ao vivo. Que potência, que vozes, que arranjos, que letras! A presença dxs três no palco é muito forte, o público fica totalmente contaminado pelo afeto que a banda cultiva ali. As vozes da Lilian e da Layane Soares timbram de um jeito que fazem a gente sonhar. Um som meio folk, meio futurista e, acima de tudo, sincero, que vem do corpo e joga com a beleza da simplicidade. Não tenho dúvidas que ano que vem despontarão nos festivais por aí afora.
Matheus Torreão
Antonio Neves, que lançou o Pa7, que é uma puta duma pedrada (na real, o disco saiu finalzinho do ano passado, mas, como só repercutiu mesmo esse ano, vale). Fiquei de cara quando ouvi. Virou instantaneamente um dos meus álbuns favoritos brasileiros de música instrumental. O cara é world class. E o show dele no Teatro Ipanema me fez passar uma hora inteira sem pensar em política em pleno outubro de 2018.
Vitor Kley
Post Malone com certeza foi o artista que marcou meu ano! Conheci ele em 2018 mesmo e viciei no som dele. O mais maluco é que ele vem pro Brasil no Lollapalooza e, no mesmo dia que ele toca, eu faço uma participação lá, em outro palco cantando O Sol. Certeza que vou colar pra curtir seu show!
Fernas
Alguns artistas são capazes de estabelecer uma conexão profunda com o ouvinte, utilizando a música como meio direto para transmitir vividamente emoções e ideias que a transcendem. Outros, com técnica apurada e uma boa dose de inspiração, conseguem criar e reproduzir composições sofisticadas, capturando a audiência em estruturas e arranjos elegantemente elaborados. Dingo Bells tem feito os dois, tudo isso com naturalidade e sem perder o apelo pop. Assisti à banda ao vivo em setembro, no que era pra ser um show menor em uma turnê de vários pontos altos. Acabou sendo de longe a melhor apresentação que vi em 2018.
Pedrão (Cat Dealers)
Rüfüs Du Sol com certeza marcou nosso ano! O último álbum deles, Solace, está muito bom! Suas músicas têm uma pegada única, que é diferente de tudo que temos ouvido ultimamente, então acho que vale muito a pena dar uma conferida, pois estamos curtindo bastante
André Prando
Desde que conheci Luiza Lian e o trabalho dela, eu passei a acompanhar ansioso as novidades. É muito poder. A cada lançamento, rola uma evolução metamórfica coerente. Azul Moderno tem músicas que já eram tocadas em shows que me alegrou muito ouvir gravado. Mas dou destaque para Iarinha – lindamente urgente e atemporal. Um disco moderno, bruxônico, dançante, pop psicodélico. Mais tocado aqui esse ano.
Laura Lavieri
O Novíssimo Edgar marcou meu ano – leia-se salvou meu ano. Quando você perde a referência do que é verdadeiro/falso, do que é notícia/do que é opinião… julgamentos/fatos, convenções/sentidos… esse maluco chega com um bonde pesaaaado, gritando verdades, te cutucando, abrindo tua mente. De quebra, cê ainda requebra um tanto (porque prazer não é pecado). Meu Pastor é Edgar e nada me faltará, o novíssimo já me deu muito pra trabaiá, saravá, feliz ano novo!
Marcelo Altenfelder (Holger)
Luiza Lian, Lupe de Lupe, Djonga. Escolhi esses que lançaram discos excelentes esse ano. Todos de certa forma inspiraram e me deixaram inquieto para compor mais.
Sarah Massí (Cores de Aidê)
Quem nos inspirou muito no ano de 2018 foram as Mulheres! Mulheres que imprimem sua identidade na música e expressam sua liberdade em sua arte e isso nos inspira: Elza Soares, Mulamba, Luedji Luna, Marissol Mwaba.
Zé Vito
Para mim, mais uma vez os ATR (Aeromoças e Tenistas Russas) surpreenderam. Os caras conseguiram fazer uma mescla forte com música eletrônica que ficou muito autentica. Tive a oportunidade de ver um show dos caras em Lisboa, na MIL – Music Internacional Network, e não vi uma pessoa parada na plateia. Eu acho importantíssimo o trabalho que eles fazem em cima da música instrumental.
Tagua Tagua
O disco que mais gostei de 2018 foi Cavala, da Maria Beraldo. Me soa experimental na medida. Ao mesmo tempo que ousa nas mudanças de andamento repentinas e nos ruídos, não se perde em nenhum momento as canções e as belas melodias. Tem também um contraste da sua voz doce com a acidez dos arranjos e as letras, que também deixa tudo super vivo. E o show que mais pirei foi da Saskia, artista de Porto Alegre que certamente ainda vai dar muito o que falar.
Kito Vilela (Jimmy & Rats)
O interessante da música não é esperar pelo próximo disco da próxima grande banda de rock do mundo, muito pelo contrário. Com o volume de produções e informações cada vez maiores, o que é realmente importante é olhar para trás e descobrir pérolas do passado que você simplesmente não notou, seja por falta de tempo ou compromissos da vida. Nesse ano, tiveram três discos que eu absorvi e ainda estou tentando absorver por inteiro: Royal Headache – High (banda punk rock de garagem da Austrália, crua como Ramones e emotiva como The Replacements); The Dreadnoughts – Foreign Skies (a canadense é uma das melhores bandas de irish punk, ou folk punk, de todos os tempos); e Los Hermanos Láser – El Problema de la forma (do Uruguai, Volcán e Panorâmica são trilhas perfeitas para dirigir em uma estrada à beira mar).
Rodolfo Krieger (Cachorro Grande)
De tempos em tempos, o rock gaúcho é reciclado com uma safra de bandas novas. Não sei se é por causa do frio extremo, que faz uma turma de insanos se enclausurar dentro de uma sala e se dedicar full time aos acordes, ou se é por causa do calor infernal, que faz essa turma invocar o calor “pseudo” divino e compor belíssimas canções. Mas posso garantir que o disco Ansiedade na Cidade, da Catavento, é uma viagem Barretista Neo Tropicalista, que deixa todas as pessoas que dão o play no álbum com vontade de escutar o disco no repeat durante horas, ou no meu caso, dias, que se transformaram em meses.
República Popular
Baco Exu do Blues. O cara que, aos 45 do segundo tempo, lançou um disco que valeu pelo ano todo. Sem dúvidas, Bluesman é o disco nacional do ano. Comentávamos, entre nós, sentir falta desse (não tão) novo hip hop sofisticado no cenário do rap brasileiro. Esse disco atingiu um nível de produção artística que os gringos alcançaram há muito tempo, mas o Brasil ainda lutava pra alcançar. A obra contém todos os requisitos de uma masterpiece que transcende o próprio gênero: conteúdo lírico de teor crítico, ríspido e anedótico como de tradição do rap; estética que fomenta arranjos desafiadores aos ouvintes, mas não de forma a copiar os grandes artistas internacionais do gênero, mas sim admitindo a influência e a encorporando na mistura mais brasileira e inédita; o impacto visual do disco é uma dimensão inteira que impressiona por si só; e , por fim, a já citada produção do álbum que elevou toda a cena nacional a um novo patamar perante os melhores trabalhos do mundo.
André Graciotti (cellardoor/SUPERIOR COMPLETO)
Meu destaque vai para a francesa Hélöise Letissier, mais conhecida como Christine and the Queens. Ela é a epítome de um pop-star dos nossos tempos: canta, compõe, produz e coreografa tudo. É talentosa também na maneira esperta como confunde o público, tanto pela sua imagem andrógina apoiada pelo nome do novo álbum (um monossilábico e ambíguo Chris) quanto pelo som — uma mistura espertíssima de eletrônico, dance, funk e pop, que canaliza Michael e Janet Jackson ao mesmo tempo em que não está distante de uma Robyn ou Lykke Li. Delícia de disco do começo ao fim, que sabe ser revisionista sem ser demasiado nostálgico e moderno sem ser demasiado pretensioso.
Josyara
Maria Beraldo. Esse disco pra mim é bonito de todos os jeitos. Timbres, voz, melodias… Me deixou ainda mais encantada com essa artista que pude conhecer em São Paulo, tocando com Quartabê. Ela veio assim cavalgando de peito aberto no vento, falando da mulher lésbica, da maior importância de dizer o que é. Sou feliz de estar vivendo contemporânea a ela e esse trabalho lindo.
João Capdeville
Acho que vou ter uma resposta um pouco diferente dos outros perguntados, mas no meu 2018 a grande revelação foi o porto-riquenho Bad Bunny. Um som que não tem muito a ver com meus discos lançados (até 2019 haha) mas que me conquistou por ser autêntico, irreverente e envolvente. Vejo muito sentimento nas canções dele, apesar de muitas “apenas” falarem sobre curtir a vida. Em Amorfoda, por exemplo, é possível ver uma melancolia muito franca em meio a toda fama e sucesso de um astro pop. O que me faz pensar que, independente de qualquer estilo de vida ou condição, o mais importante é o amor. E do amor pode surgir tudo. Minha preferida dele é Vuelve, junto a Daddy Yankee (<3 <3 <3). E como eu sou muito indeciso e não consigo escolher só um, queria deixar aqui mais um revelação do meu ano: o também porto-riquenho Residente, conhecido por liderar o Calle 13. O recém lançado álbum dele é um absurdo. Indico a música Guerra.
Maria Beraldo
Linn da Quebrada marcou o ano de 2018 por sua atuação musical, política e intelectual no Brasil e no exterior. Sua atuação, para além de seus shows e seu disco, se expandiu para o cinema com Corpo Elétrico e Bixa Travesti. Em um ano marcado por uma eleição com uma campanha baseada na violência e em notícias falsas, em que elegemos democraticamente um governo fascista, Linn da Quebrada foi para mim uma fonte de aprendizado político, de posicionamento e estratégia.
Acompanhe o especial 2018 no Música Pavê