Forró: Sete Clássicos que Merecem Versões Contemporâneas
Expressão artística nordestina que ultrapassou as barreiras do gênero musical, o forró é um movimento multiforme, que apresenta diversas manifestações de arte, incluindo suas tradicionais canções apoiadas pela sanfona.
O som marcante do instrumento se consagrou junto ao ritmo musical e se tornou um símbolo do gênero, assim como a zabumba e o triângulo, e essa combinação de elementos é aclamada até os dias atuais. Isso também se deve muito aos protagonistas desse estilo, que foi consolidado por grandes artistas como Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Jackson do Pandeiro, entre outros.
Lançado em 3 de março, o novo disco de Rubel, AS PALAVRAS, VOL. 1 & 2, apresenta versões contemporâneas de duas grandes canções tradicionais do forró, Forró no Escuro (Luiz Gonzaga) e Assum Preto (Luiz Gonzaga), que foram repensadas com propostas bastante interessantes. A segunda, por exemplo, recebeu uma interpretação à capella de Dora Morelenbaum que é capaz de arrepiar os ouvintes.
Os resgates do cantor carioca foram tão certeiros e cuidadosos que o Música Pavê decidiu listar outros clássicos do gênero que poderiam ganhar versões contemporâneas e serem trazidas de volta aos holofotes da cena musical brasileira. Afinal, ouvir canções clássicas com novos formatos pode ser prazeroso e igualmente surpreendente.
Luiz Gonzaga – Pagode Russo
Clássico da discografia de Luiz Gonzaga, o baião foi originalmente composto em 1946 pelo artista em parceria com João Silva, e continua relevante atualmente. Embora a música já tenha ganhado (várias) versões, nunca é demais para ela ser revisitada com novos conceitos e propostas.
Dominguinhos – Oi, Lá Vou Eu
Faixa-título de um dos melhores e mais marcantes discos de Dominguinhos, Oi, Lá Vou Eu! é uma belíssima canção do compositor pernambucano e merece ser lembrada sempre que possível. Com isso, uma nova versão só traria mais holofotes para essa música tão significativa do forró.
Dominguinhos – Eu Vou de Banda
Também presente no disco Oi, Lá Vou Eu!, essa canção é, igualmente, um grande ato da discografia de Dominguinhos. Toda a sua composição é contagiante e, de fato, deveria ganhar versões que relembrem e homenageiem a ótima produção do cantor pernambucano.
Luiz Gonzaga – Numa Sala de Reboco
Composta com José Marcolino, essa canção é aquele forró perfeito para dançar ‘agarradinho’, e seu ritmo contagiante não deixa ninguém ficar parado. A faixa é tão fascinante que já foi interpretada por Fagner, Alceu Valença, Quinteto violado, Dominguinhos, Maciel Melo, Trio Nordestino e Santanna, entre outros.
Como nos casos dos tantos clássicos do forró, sempre é bem-vinda uma nova versão de Sala de Reboco para contemplar as múltiplas possibilidades da música brasileira.
Luiz Gonzaga – O Xote das Meninas
Música de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, lançada em 1953, esse delicioso xote foi um sucesso desde que chegou ao mundo. Não à toa, ganhou inúmeras gravações ao longo dos anos – Gilberto Gil, Marisa Monte e Alceu Valença, entre outros. É, de fato, uma canção que merece ser revisitada, seja pela bagagem cultural, seja pela potência que tem em dialogar com diversos públicos.
Trio Nordestino – Petrolina Juazeiro
Belíssima composição de Jorge de Altinho, essa faixa foi gravada pelo Trio Nordestino em 1978 no LP Os Rouxinhos da Bahia. Com uma emocionante lírica em homenagem a Juazeiro, a canção foi um enorme sucesso e foi recordada por outros tantos nomes. Petrolina Juazeiro é um forró tradicional que vale ser sempre celebrado, lembrado e tocado!
Jackson do Pandeiro – Forró do Limoeiro
Era 1953 quando Jackson do Pandeiro estreou sua próspera carreira com um compacto que apresentava duas faixas, incluindo Forró em Limoeiro. A canção foi um sucesso indiscutível e merece todas as atenções que ganhou ao longo dos anos. Com uma narrativa envolvente, a faixa narra os acontecimentos de um forró realizado na cidade de Limoeiro. É uma música super interessante e que também poderia ganhar múltiplas versões contemporâneas.