Gabrielle Aplin Traz Honestidade à Música Pop

– Percebeu que é a quinta vez que você me diz que não pensa tanto nessas questões?

– (Risos) Sim, mas é porque é verdade.

Esse diálogo aconteceu no meio da entrevista que Gabrielle Aplin deu ao Música Pavê por telefone. Ao longo da conversa, a artista britânica denotou o teor orgânico de seu trabalho: “Não quero pensar demais, quero só fazer meu melhor e ver no que dá”.

Foi assim que ela trabalhou em seu terceiro álbum, o recém-anunciado Dear Happy. Com lançamento marcado para 17 de janeiro, o disco teve sua promoção iniciada pelo single Kintsugi.

A faixa traz aquele conceito que Death Cab for Cutie já trabalhou em um álbum, o da técnica japonesa de reparo usando ouro, o que faz com que a peça reformada valha mais agora, depois de danificada e reformada. “Penso que dá para encarar uma situação ou uma memória negativa como algo positivo”, conta ela, “kintsugi é uma oportunidade de graça e repara, ao invés de deixar algo apenas quebrantado”.

É uma postura que acaba pedindo do artista um certo grau de exposição e de honestidade, ainda mais em uma época em que as pessoas repetem expressões como “nunca errou”, “sem defeitos” ou mesmo “perfeita”. “Eu nunca fiz a decisão consciente de me abrir com o público, eu só divido o que tenho, mesmo online”, comenta a cantora, “as redes sociais são coleções de ‘pontos altos’, é importante ser honesta ali. Se alguém quiser mostrar que não tem defeitos, ela está tentando te enganar (risos)”.

Essa mentalidade de priorizar o que é orgânico, sincero e até mesmo espontâneo é algo que ela, obviamente, leva também para suas músicas. “Deixei meu ego de lado para as novas composições”, conta Gabrielle, “tem tanta coisa acontecendo no mundo hoje em dia, acho que nossas questões pessoais não são tão importantes quanto o que está acontecendo ao nosso redor”.

Musicalmente, Dear Happy foi construído dentro da estética que já conhecemos de seus outros trabalhos. Como Gabrielle explica: “Queria que ele fosse simples. Escrevi melodias e letras descomplicadas, depois procurei aquilo que deixaria as canções mais legais. Tem momentos nele que são mais de banda, outros não, mas ele é quase sempre animado e positivo. Ouço muita coisa do mundo pop e folk, é difícil não ser influenciada por tudo. Acabei me divertindo muito fazendo o disco”.

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