Em Formato Acústico, “Reset” Não Apresenta um Novo Zeeba

“Teve uma vez que fui fazer um show e o apresentador me anunciou como DJ. Aí alguém falou para ele que era banda e ele corrigiu para ‘banda Zeeba’”. Histórias assim fazem parte da carreira de Marcos Zeballos – ou Zeeba -, que ficou conhecido no mundo inteiro pelo ultra-hit Hear Me Now (parceria com Bruno Martino e Alok). Por conta disso, sua identidade foi percebida de formas diversas por onde ele e a faixa passavam.

Hear Me Now foi uma explosão”, contou ele ao Música Pavê por telefone, “sou super grato, faz parte da minha história, me fez ganhar muita experiência e viajei pelo mundo todo. Mas eu acabei entrando de cabeça no eletrônico, que é algo que também me representou, mas tudo meio na inércia do momento. Foi tudo muito rápido, eu estava até sem estrutura na época”.

A faixa aconteceu quando sua banda terminou e ele voltou de Los Angeles ao Brasil. Ela seria parte de seu primeiro EP solo, focado no indie folk que ele tanto gosta, quando Bruno e Alok pegaram a faixa: “Ela virou eletrônica e tudo aconteceu super rápido”, como ele explica, “e todo mundo me deu muito pitaco do que fazer. Agora, vou fazer o que eu sinto no coração que eu devo, aquilo que eu acredito”.

Foi daí que surgiu Reset, um álbum acústico que redirecionam Zeeba de volta ao som que ele planejava fazer antes do hit estourar. “Quero neste momento focar mais onde eu comecei, no violão. Sempre tive banda, desde a adolescência, e quero mostrar mais esse lado indie folk que talvez as pessoas não conheçam do Zeeba”, comenta o artista.

“É um álbum bem reflexivo, com músicas em piano, voz e violão. A galera vai escutar em casa e ele vai trazer algo de bom para quem tá passando por esse momento”, conta ele, que diz planejar uma turnê acústica, em teatros, quando esta fase de quarentena passar. Além das versões para faixas que já conhecemos (Hear Me Now abre o disco) Reset traz também sua primeira música em português: Tudo Que Importa, produzida por Gee Rocha (NX Zero).

“É uma nova fase, mas ela traz toda a minha história na bagagem, com tudo o que eu já conquistei”, conta Zeeba, “o disco não mostra um novo Zeeba. Ele só tira as dúvidas das pessoas que pensam que Zeeba é um DJ, ou daquela galera que vem falar em inglês comigo (risos)”.

Em tempo: Zeeba comenta ouvir bastante Melim (“letras muito bonitas”), Vitor Kley (“meu parceiro, de quem sou fã”) e Anavitória – nomes que ficariam muito bem em uma playlist com Tudo Que Importa. E para os que pensam que a eletrônica estará apenas em seu passado, Zeeba conta que já conversa com Alok para uma nova parceria. “O que eu quero é poder escrever à vontade, livre e sem rótulos”, conta ele.

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