Emicida coloca “AmarElo” em prática em São Paulo
Enquanto este texto é escrito, Emicida e sua equipe se preparam para a segunda apresentação no dia de AmarElo no Theatro Municipal de São Paulo. Às 21h, o rapper e banda sobem no palco enquanto o show será transmitido em um telão ao lado de fora do teatro, como parte das comemorações do Mês da Consciência Negra promovidas pela Secretaria de Cultura da cidade. E se esse espetáculo já acumulava importâncias – estreia ao vivo do disco, gravação de um filme, participações de muitos convidados etc. -, realizá-lo em um espaço público (e historicamente elitizado) valoriza ainda mais o que aconteceu neste 27 de novembro.
“Isso aqui é a realização do sonho de muita gente que nem tá encarnada mais”, disse Emicida logo no início da primeira apresentação (que começou às 16h). A casa lotada – com ingressos esgotados em dez minutos – mostrava um público colorizado, diverso e também emocionado. Era a primeira vez de muitos ali naquele teatro (admito, a minha também), e o senso de ocupação era compartilhado por todos. “Você merece”, alguém gritou da plateia em certo momento. “Eu não, nóis“, ele respondeu.
Ao longo da apresentação, MC Tha, Drik Barbosa e Jé Santiago foram alguns dos que deram as caras nas músicas de AmarElo. Para a faixa-título, com enorme comoção da plateia, Majur e Pabllo Vittar colaboraram com os vocais. E o repertório do disco foi muito bem acompanhado por faixas que combinam com seu lado mais tranquilo ( como Baiana, Noites de Madagascar, Passarinhos) e outras para seus momentos mais nervosos (Zica, Vai Lá, A Chapa É Quente e Gueto). Entre Esmália e Levanta e Anda, Emicida pediu “para, para, para tudo” e confessou “me emocionei”. Após os aplausos, já no bis, ele comenta: “Hoje, nós pegamos nossas almas de volta e liberamos as almas dos nossos antepassados”, e se despediu com “vejo vocês nos livros de história”.
Curta mais de Emicida no Música Pavê