Lagum conta sobre quais “Coisas da Geração” canta no disco e nos shows

foto por julia amaral

De Pato Fu a Jota Quest, passando por Skank e tantos outros nomes, as últimas décadas viram Belo Horizonte se firmar como uma das cidades que mais rendeu bandas para o pop brasileiro. Dando continuidade a essa linhagem cultural, o quinteto Lagum lançou em junho seu segundo álbum, Coisas da Geração.

Falando ao Música Pavê por telefone, o vocalista Pedro contou que cresceu ouvindo essas bandas da cidade, “que foram influenciadas também por Clube da Esquina e Milton Nascimento. E a gente consegue construir o nosso som em cima disso, que é uma coisa dessa geração. Na minha playlist tem de tudo, e nosso som junta tudo isso com a raiz da música de Minas e do Brasil”.

É inegável que há um clima litorâneo de uma influência reggaeira no som que Lagum faz (“é que a gente queria ter praia em Minas”, brinca Pedro). “A primeira banda que eu fã foi Charlie Brown Jr., que é de uma cidade com praia”, conta ele, “e fui muito influenciado por Jack Johnson. Sempre escutei suas músicas quando estava com a cabeça bagunçada e não conseguia dormir. É legal saber que Lagum tem esse efeito nas pessoas também”.

Não é só na estética plural que o grupo retrata a geração da qual faz parte e observa. Como o título do álbum sugere, existia uma vontade de comentar características de quem é jovem no Brasil hoje. Ou, como Pedro mesmo diz, “a gente canta aquilo que a gente vive, e eu tenho vivido essa geração”.

“A gente tratou de vários assuntos que foram tratados já em gerações passadas e vão continuar sendo tratados”, explica ele, “mas tratamos com nossa vivência de amor, de raiva, de saudades. É nossa visão sobre a vida, mas não só como espectador. A gente vai falar de amor, mas você vê em algumas músicas que a gente fala disso de uma maneira mais ansiosa. A gente fala de saudade em uma época de comunicação instantânea. A gente falou sobre como é se sentir aqui e agora, com tantas coisas acontecendo, e ela finaliza dizendo que não serei nada mais do que sou”.

Por falar no pop desta geração, a única participação especial no álbum é do cantor Jão, descrito por Pedro como “um cantor sinistro e um artista foda de ideias”. “A gente já conhecia seu trabalho, seus clipes são muito maneiros”, comenta o vocalista, “Jão é foda. Foi muito legal compor em parceria com ele”.

Outro grande nome cuja história cruza agora com a da banda é o da cantora Iza, com quem Lagum se apresentará neste fim de semana em Belo Horizonte, no Festival Sarará (31 de agosto, na Esplanada do Mineirão). Segundo ele conta, a ideia do show conjunto veio como algo muito “natural” depois deles terem dividido palco no carnaval. “Já sacávamos ela há um tempo, vimos dois shows seus”, revela Pedro, “ela não só canta e dança muito, mas tem uma presença muito doida. Já tivemos alguns ensaios e está ficando muito maneiro, ela soma muito”.

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