MP Seleciona: Dez Clipes de 2017
O que não pode faltarem um especial de fim de ano do Música Pavê é uma lista caprichada de clipes, escolhidos a dedo depois de doze meses de críticas no site. E foi isso o que os pavezeiros fizeram, elegendo e comentando mais uma vez um por um, mostrando por que estas dez produções tiveram tanto destaque em 2017.
Para acessar a crítica individual de cada vídeo, clique em seu título.
Kendrick Lamar – Humble
Visualmente espetacular ainda que tente traduzir a letra da faixa em vídeo, algo que quase sempre dá muito errado, mas funciona no caso do rapper californiano justamente por nunca trazer ilustrações óbvias. O resultado foi uma produção variada, impactante e icônica, tanto quanto este que virou um dos refrões mais repetidos de 2017. (André Felipe de Medeiros)
The xx – I Dare You
Uma tarde pode se tornar incomum. Um lugar “mal assombrado” é nada além de desconhecido. Dois casais em pleno romance e a descoberta, por uma terceira, de que o amor também assombra. (Anna Rinaldi)
alt-j – 3WW
Um vídeo com uma história melancólica, para sentar e prestar atenção. Em preto e branco, nos dá o prazer de apreciar uma bela fotografia embalada pelo ritmo da música, em um deserto que nos dá a imagem de calmaria – esse contraste com a melancolia que o grupo sabe fazer bem em muitas de suas músicas. Um drama que aborda a visão da morte tão presente na cultura mexicana, e a vida ceifada tão cedo uma jovem. De fato, um dos mais belos trabalhos produzido nesse ano. (Lucas Gabriel Bosso)
Dua Lipa – New Rules
É difícil desgrudar o olhar desse clipe desde que ele começa, seja pela diversidade de cores usadas, ou pela coreografia mantida do início ao fim pelo grupo de mulheres, além dos movimentos da câmera e da edição que usa cortes somente quando é necessário, tendo assim vários planos propositalmente longos. A coreografia dá vida ao que diz na letra e tudo isso se conecta lindamente, criando um clipe que encanta qualquer amante da linguagem de vídeos. (Lucas Gabriel Bosso)
Harry Styles – Kiwi
Sinto que Harry Styles está finalmente fazendo tudo que sempre quis fazer musicalmente. Ele se soltou completamente e nos mostrou do que é realmente capaz. O clipe de Kiwi é divertidíssimo. A história não chama atenção, mas, mesmo assim, você acaba assistindo ao vídeo várias vezes. Crianças badass em cenas de guerra (de comida) que são surpreendidas pelo herói no final. Cachorros lotam a cena e vemos mais cenas “dramáticas” entre um cupcake e outro. Um dos clipes mais divertidos (e fofos) do ano! (Carolina Reis)
Fleet Foxes – Fool’s Errand
Dança interpretativa, figurino, enquadramentos e montagem, fatores que resultam em um produto hipnótico, carismático e completamente envolvente ao acompanhar uma música tão melancolicamente calorosa. Que belo exemplo da linguagem de videoclipe sendo colocada em prática de maneira exímia para criar, em menos de cinco minutos, uma mitologia intrigante e visualmente agradável. (André Felipe de Medeiros)
Rincon Sapiência – A Volta Pra Casa
Esse é um daqueles clipes que traduzem de uma forma bem fiel a mensagem da letra, embora em algumas cenas se permita momentos de maior liberdade. É um estilo de narrativa que artistas contemporâneos de Rincon Sapiência – como Emicida, por exemplo – já utilizaram para retratar a vida difícil de uma classe, no entanto sua função de crítica social ainda é muito importante e o vídeo merece ser visto. (William Nunes)
Jay-Z – The Story of OJ
Nostálgico, irônico e profundamente relevante. Jay-Z brincou com estereótipos e referências de fácil assimilação para mandar com clareza sua mensagem anti-racismo. (André Felipe de Medeiros)
Radiohead – Lift
Uma música não lançada vinte anos atrás ganhou a luz do dia em 2017 com direito a um dos melhores clipes que vimos no ano. Com uma premissa tão simples quanto lúdica, Thom Yorke contracena com as pessoas com quem divide momentaneamente o mesmo espaço social – no caso, um elevador -, quando tudo é uma grande desculpa para várias “cenas que ficam legais em vídeo” surgirem na tela, mas sem exageros. (André Felipe de Medeiros)
O Terno – Não Espero Mais
Assim como em 2016, O Terno é responsável por um dos clipes mais divertidos do ano. Desta vez, eles optaram por representar tudo o que nós, enquanto sociedade, consumimos freneticamente no mundo virtual. O vídeo apresenta como tudo hoje está conectado de forma linear e, quase sempre, sem grande relevância. Ao mesmo tempo que é divertido, pode ser visto como um tapa na cara. (William Nunes)
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