Leo Cavalcanti e a estreia do show “Despertador”
Leo Cavalcanti e a sua banda entram no palco do SESC Pompeia (SP) e, talvez de tantas palavras que caibam para apontar a transformação que o pisar trouxe ao ambiente, uma das mais fortes e sinceras seja o “sensorial”. A partir dali, é tudo sentir.
Não por acaso, o nome do segundo álbum do cantor chama-se Despertador. Dessa forma, não só acontece o previsto despertar, mas tudo ao redor se modifica mesmo sem aparentar visualmente. E, consequentemente, fomos levados à outra dimensão ou década – cada um escolheu a sua melhor forma para viajar. Porém, a unidade se estabeleceu, pulsando e nos reunindo numa mesma pessoa só.
A perfeita harmonia ocorreu entre a musicalidade com seus sintetizadores e os efeitos que o telão posicionado no palco apresentava. Sem contar que a performance intergaláctica do próprio cantor coroava a noite e o seu público com tamanha vontade de estar onde estava. Houve a comunhão do amor e da vida. Certeza que houve.
O ambiente se encontrou leve, como sugere a palavra que nomeia a melhor canção tocada no show, pelo menos para mim. Contudo, tão pouco importa o melhor quando tudo notado consegue ir além de uma definição convencional e dualista, sobrevivendo pós-salvas de palmas e feriado. É uma questão de saber que tudo está no seu devido lugar.
O cordial remete à verdade e, nesse tom, somos presenteados a incríveis demonstrações de existência. Assim, percebemos respiro distante da sufocação diária, encontramos gestos singelos e bonitos, dentre tantos avistados na apresentação. Perceber o outro e sorrir foi constante.
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