Barbara Ohana: Sobre Colaborações, Intersecções e Arte

foto por marlon brambilla

Barbara Ohana é aquele tipo de artista que não tem lançamentos em uma frequência tão grande, mas tudo o que ela apresenta chega em um alto nível de qualidade. Não foi diferente em seu mais recente projeto, o multilinguagem Looking for a New Place to Begin.

O lançamento mistura moda, cinema e, é claro, música através de um curtametragem estrelado pelo ator Johnny Massaro. Nele, o diretor Henrique Sauer e Rafael Nascimento (da marca Another Place) trabalharam com Barbara neste grande desafio criativo envolvendo profissionais de diferentes linguagens e vivências.

Todos os meus projetos audiovisuais têm essa pegada, eles nascem de uma conversa, de um chopp (risos), ou de uma amizade”, contou ela ao Música Pavê por telefone. “A gente se juntou na ideia de criar essa história”, continua a cantora, “esse personagem parte de como nós o vemos. Era uma vontade de contar o que estava nos angustiando, o que queríamos falar para o mundo. E esse era um tema em comum entre nós quatro”.

O assunto ao que ela se refere se materializa no personagem, uma estrela atormentada pela imagem, fama e expectativas. Nesse contexto melancólico, a solidão do artista é evidenciada. “Quando a gente critica a posição do rockstar lá de trás, ou do popstar de hoje em dia, que vive uma imagem completamente plastificada, essa crítica vem para nós mesmos, do quanto aguentamos essa superexposição” explica Barbara.

“Tudo isso tá dentro do curta, essa solidão, esse lugar de aguentar essa exposição. É bonito fakear um personagem se você está no palco”, explica Barbara, “mas não se está fazendo uma selfie para gerar uma resposta imediata e descartável do público”.

Descartabilidade, aliás, é o oposto da proposta que Barbara traz para seus lançamentos (daí eles não acontecerem com tanta frequência). “Tenho muito medo de descartabilidade na música”, explica a artista, “penso muito em longevidade dentro do meu plano de vida, de história e de arte. A maioria das músicas que eu escuto tem mais de 30 anos (risos), o oposto de descartáveis. Se alguém faz música para gerar apenas repercussão, se quer provocar com aquilo um retorno de atenção, aí tudo fica mais descartável, sem muita unidade. Eu trabalho bastante para as coisas chegarem a um lugar que faça sentido. Quem ouve, gostando ou não gostando, sabe que as coisas ali têm um porquê”.

Isso se constrói também no trabalho feito em parceria com outros artistas, como Looking for a New Place to Begin. “Colaborar, se colocar a serviço de outras ideias, é lindo, é mágico”, comenta Barbara, “Eu adoro colaborar nesse lugar onde tem uma proposta, estamos todos ali a serviço disso. É o que eu sinto a respeito desse curta. Ele foi uma ideia conjunta – a roupa nasceu da música, que nasceu do filme”.

Curta mais de Barbara Ohana no Música Pavê

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