Hora de falar sobre Tokyo Savannah

Conheço o trabalho da Tokyo Savannah há quanto tempo? Uns sete meses? Por aí. Quer dizer então que há mais de meio ano eu já sabia que ia chegar o dia em que eu teria que sentar e me controlar para não escrever um texto emocionado cheio de adjetivos – desafio habitual para quando vamos falar sobre algo que gostamos muito.

Sim, entreguei o ouro. Gosto muito do rock perfeccionista feito pelo trio, tão bem construído que cada canção tem justamente a aparência de um soco espontâneo na boca do ouvido, uma nocaute certeira em qualquer amante da boa música. Duvida? Então tente desviar dessa versão ao vivo de uma de minhas preferidas:

Money Sisters

As músicas são assim, curtinhas, rápidas em seus tempos e no nosso, mas duram o suficiente para tirar o fôlego. Mal deu tempo de nos levantarmos da queda e outra rasteira já chega, mas tudo bem. O visual comportado de Chico, Joni e PHD até tenta nos distrair da (belíssima) arte do disco, assinada por Pedro Henrique Ferreira, mas aí a combinação clássica guitarra+baixo+bateria começa a tocar e somos lembrados da potência do som dotado daquela sujeirinha que só o bom rock’n roll sabe colocar em qualquer composição.

E se constantemente vemos supostos órfãos do gênero procurando seus redentores, os músicos que nos salvarão da mediocridade que é a maior parte das novas bandas, receio afirmar que o Tokyo Savannah não é uma banda de heróis. Pelo contrário, quase os vejo como vilões. São aquelas figuras que provocarão raiva na molecada que quer posar de estrela, além de acabar roubando o público desses grupos e a nossa atenção com um som experiente e certeiro. Una essa roubo todo à violência rockeira que já mencionei hoje e entenda quando repito: Tokyo Savannah não é uma banda de heróis, mas de vilões. Mas será que não é isso que precisávamos de verdade?

Black Silk

Ah, claro, você pode estar se perguntando porque, sete meses depois, eu finalmente decidi falar dessa banda. É que vi hoje cedo uma ótima animação, com imagens do projeto The Backwater Gospel, de Ricardo Shiozaki, ao som de uma música deles, e me pareceu o melhor momento para uma primeira apresentação, antes de uma matéria mais caprichada sobre o disco e o primeiro videoclipe, que está em fase de pré-produção. Enquanto essas coisas não acontecem, a gente leva mais uma porrada com o vídeo animado e nos habituamos ao som da Tokyo Savannah, e assim como na maior parte das histórias, estaremos por dentro torcendo para que os vilões vençam no final – mas, nesse caso, a vitória é tão certeira quanto seus golpes.

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Shuffle

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4 Comments on “Hora de falar sobre Tokyo Savannah

  1. Faz tempo que eu não vejo Guitarra, baixo e bateria preencherem tão bem o som. Acho que desde que o Green Day ainda estava no CD dookie. Parabéns à banda, e ao blog!

  2. Puuuuuuuuutz… agora viciei.

    Realmente, eles têm uma pegada certeira, e autêntica (coisa que tá faltando hoje em dia). Algo bom para preencher minhas tardes =) eba

  3. Animação bem boa essa também, hein? Bom esse videoclipe. Para mim lembra a HQ e o filme que lançaram recentemente (e eu pelo menos acho bacana) do Jonah Hex. Tem uma animação no início do filme que é bem nessa pegada. Bom post, pessoal.

  4. Pingback: Tokyo Savannah – Fantastic Business : Música Pavê

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