Adi Oasis: “Ouço música brasileira porque tenho bom gosto”

Pode ser a primeira vez que Adi Oasis apresenta um show solo no Brasil, mas, nesta sua quinta (!) passagem pelo país, a cantora e compositora francesa, radicada nos EUA, chega com uma prova concreta de sua conexão com nossa cultura: A presença de Luedji Luna em uma nova versão da faixa Multiply.

Falando ao Música Pavê na véspera do primeiro de dois shows (ambos para o festival Queremos!, que aconteceu em 11 de abril em São Paulo e está marcado para este sábado, 13, no Rio de Janeiro, Adi comentou que a escolha de Luedji veio pela similaridade com seus trabalhos. “É uma música muito importante para mim, porque carrega muitos significados”, explica a artista, “escrevi falando honestamente sobre me sentir pronta para ser mãe, pouco antes da minha filha nascer. Convidei Luedji para uma nova versão, ela era a pessoa perfeita porque é uma artista que fala bastante sobre maternidade. Temos uma mensagem semelhante, tinha que ser ela”.

Além de Luedji Luna, Adi cita Liniker e Xênia França como algumas de suas brasileiras favoritas no momento. “Tento sempre estar conectada com a cena daqui”, conta ela, “ouço música brasileira porque tenho bom gosto. Ainda mais na cena r&b, soul e funk, todo mundo que eu conheço que tem bom gosto conhece muito música brasileira, principalmente dos anos 1970. Eu não respeito alguém que não conheça Seu Jorge. Você tem que conhecer, já virou um clássico, principalmente se você trabalhar com funk e r&b. E eu ouço música brasileira desde sempre”.

Essa predileção é uma via de mão dupla, visto o tamanho do carinho que o público do Brasil demonstra para com seu trabalho. “Há muitas similaridades entre os sons de origem africana pelo mundo e a música feita no Brasil”, comenta Adi, “noto isso principalmente nos sopros e nas linhas de baixo. E minha música é funky e os brasileiros gostam muito disso. É uma questão de groove (risos)!”.

Tanto a parceria com Luedji Luna, quanto Dumpalltheguns, com Danielle Ponder, estarão em uma versão deluxe do disco Lotus Glow (2023), que sairá em maio. “Serei completamente honesta com você, o lançamento é uma estratégia da gravadora para aproveitar melhor essas música”, explica a cantora, “o disco está indo muito bem e ainda há muito o que se fazer com ele, as pessoas ainda querem escutar mais dessas músicas. E eu não estou pronta para deixá-lo para trás ainda”.

“Queria que ele contasse a minha história. Ele aconteceu em uma época em que eu encerrava um ciclo como artista e, ao mesmo tempo, voltar às minhas origens. Muitos anos de experiência, muitos anos tocando com banda e um bom tempo encontrando minha identidade como artista solo – e mudando meu nome [de Adaline] para Adi Oasis -, finalmente me senti confiante o bastante com minha música e pude quase como recomeçar, sob um novo nome, me apresentando ao público como se fosse a primeira vez”.

Sobre a versão deluxe, Adi comenta: “São novas versões de algumas músicas, em parcerias com artistas incríveis. Estou muito empolgada. Quando essa turnê terminar, vou voltar ao estúdio para fazer novas músicas”.

Com uma bebê de seis meses em casa, Adi Oasis conta que “só de conseguir vir ao Brasil fazer shows, já me sinto vitoriosa. Eu vim da periferia de Paris. Poder ir morar em Nova York e cultivar público lá, depois na Europa e, agora, no Brasil, tudo é um sonho realizado”.

“Sempre que subo no palco, me sinto a pessoa mais sortuda do mundo. Mesmo se só duas pessoas estiverem me escutando, me sinto honrada, já é um presente. Pensar que venho ao Brasil e as pessoas conhecem minhas músicas… é inacreditável. É uma boa confirmação de estar no caminho correto”.

Curta mais de Adi Oasis no Música Pavê

Compartilhe!

Shares

Shuffle

Curtiu? Comente!

Comments are closed.

Sobre o site

Feito para quem não se contenta apenas em ouvir a música, mas quer também vê-la, aqui você vai encontrar análises sem preconceitos e com olhar crítico sobre o relacionamento das artes visuais com o mercado fonográfico. Aprenda, informe-se e, principalmente, divirta-se – é pra isso que o Música Pavê existe.