Entrevista: Mahmundi

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Mahmundi é um desses nomes que logo viraram referência no meio da música independente brasileira e para além dele – também pudera, o trabalho capitaneado por Marcela Vale sabe escolher suas referências contemporâneas para criar belas e sinceras canções. Seus videoclipes não ficam de fora e trazem às telas suas melhores características.

Tanto é que o projeto é uma das atrações do Music Video Festival neste fim de semana (6 e 7 de junho) em São Paulo. No aquecimento para o evento, trocamos algumas palavrinhas com a moça sobre seus próprios videoclipes e os dos outros.

Música Pavê: Os clipes de Calor do Amor e Sentimento são muito diferentes à primeira vista, mas juntos criam um universo visual muito instigante sobre Mahmundi. Como você vê essa relação entre os dois clipes e o que já há planejado pro futuro visual do projeto?

Marcela Vale,  Mahmundi: Não sei. A idéia é fazer musica e clipes que se encaixem. Eu acho muito perigoso dar “imagens a suas musicas”, porque cada um vê de um jeito, mas o ponto de partida é que esse sinc seja vitorioso. Me orgulho muito muito desses dois clipes, e sobre futuro… Bem, vamos ver o que as novas canções vão apontar.

MP: O clipe de Sentimento é muito forte e me impactou muito. Você pode contar um pouco sobre como foi o processo de criação dele desde a ideia inicial?

Marcela: Eu e Pablo Monaquezi trabalhamos muito no sentido do clipe ser fiel ao sentimento da canção. Eu sempre a enxergava azul marinho, com acordes decisivos, com notas simples e uma melodia doce e melancólica. O clipe chega muito bem nesses momentos, e era isso que precisava ser decisivo no processo final. Pablo é um cara super competente, que soube ser sensível ao meu pensamento. Gravamos em um dia, com uma equipe maravilhosa e a fotografia de Daniel Venosa fez esse trio se estabelecer. Vida longa aos dois! Um clipe lindo!

MP: As concepções dos clipes e do visual das apresentações ao vivo andam lado a lado ou são processos separados?

Marcela: Já andaram mais juntos, hoje não. Com o tempo, você vai pensando nas demandas que ainda são geradas quando voce é independente, sabe? Vou focando no melhor que posso dar agora: bons shows e boas músicas. Mas sinto que o processo visual no show é importante. Mas ele volta em breve.

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MP: Existe algum clipe que você poderia dizer que mudou sua vida?

Marcela: Mudar a vida? Não sei. Mas alguns clipes eu assisti muito chapada e fez uma certa diferença no olhar! Lucidity – Tame Impala – e Get Real, Get Right – Sufjan Stevens – esse é super simples, mas, por ser apaixonada por Sufjan, ele me remete a muitos olhares. tenho um carinho especial por este.

MP: Se você pudesse chamar qualquer diretor pra dirigir algum clipe seu, qual seria?

Marcela: Alguém vai dizer Spike Jonze, mas eu vou dizer o que? Spike Jonze! Eu acho ele muito foda.

MP: O videoclipe no cenário independente de hoje é uma estratégia de divulgação, uma declaração artística, uma obrigação do músico, ou nenhuma e todas essas coisas?

Marcela: O videoclipe é o que sempre foi: Videoclipe! O que vão fazer com ele, já é outra história! Não sei se ele preciiiiisa ser algo no cenário independente, ele só precisa ser.

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