Taylor Swift – Anti-Hero
A questão nunca é qual história você conta, mas como. Em Anti-Hero, Taylor Swift acerta em algumas escolhas e, em outras, constrange o espectador médio (ou seja, aquele que não é seu fã e que já chega ao seu trabalho com algum grau de aceitação).
O vídeo mistura figuras e simbolismos que encorajam alguma interpretação do público, mas em um grau muito superficial, quase preguiçoso. Ao longo da narrativa, ela confronta seus fantasmas (literalmente) e é tida como uma aberração por todos à sua volta. Ao final, fica a ideia de que apenas Taylor Swift compreende Taylor Swift.
É tudo muito embaraçosamente próximo da letra da música, que insiste em perpetuar sua persona (e o drama verdadeiro, mas dissociado da realidade, da pessoa famosa que destoa de todos) e em forçar momentos que serão repetidos na cultura pop – e cada “it’s me” seguido de um “hi” é um pouquinho constrangedor.
Cumpre bem seus objetivos, mas não é necessariamente um vídeo que o tal espectador médio vai querer ver mais uma vez. A direção é da própria Taylor Swift, que perde a mão na inserção da cena com os atores (dá pra sentir o editor nervoso tentando salvar a obra), mas conseguiu engatar um fôlego dinâmico o suficiente no início.
Avaliação MP: 4/5
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