Lady Gaga – 911

Os inúmeros comentários nas redes sociais desde que Lady Gaga lançou seu 911 há menos de três dias comprovam a ideia de que a identidade visual de um videoclipe vem sempre à frente de seu significado.

Enquanto fãs e curiosos foram atrás das origens das referências para a obra – no caso, principalmente o filme armênio A Cor da Romã (1968) -, era mais importante a citação do longa do que suas cenas poderiam dizer. Conhecendo essa dinâmica, Gaga e o diretor Tarsem Singh investiram em explorar visualmente o máximo que pudessem do universo imagético ali construído para, então, conferir seu próprio significado explicitamente ao final da narrativa.

Dessa forma, há um senso conclusivo muito satisfatório na experiência de ver 911, para além de suas incríveis cenas. Quando você já recebeu tantos quadros espetaculares, com tantos elementos interessantes (cortesia da pluralidade encontrada na Armênia, no limite entre o leste europeu e o Oriente Médio), o encerramento que propõe trazer uma certa lógica aos quatro minutos anteriores faz com que a produção não seja puramente visual – algo que o público já aceitaria.

Para além da forte presença na mídia, com tanto material para diversas publicações (seja dissecando as referências ou falando de saúde mental, que Gaga diz ser o tema da obra), o videoclipe chega como um dos pontos mais altos da extensa videografia da artista. De identidade própria e excelência em sua produção, ele revela a maturidade que Gaga adquiriu na maneira com que trabalha seus clipes, e não é exagero pensar que seu lançamento dará um novo fôlego no desenvolvimento dessa linguagem.

Avaliação MP:  5/5 ★★★★★ 

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