Justin Timberlake – No Angels
A premissa é aquela que conhecemos tão bem: Justin Timberlake mira sua desejada de longe e a narrativa se concentra em um jogo de sedução que envolve muita dança. O principal diferencial de No Angels parece ser as proporções com que tudo se desenvolve, o que inclui algumas reviravoltas inesperadas do roteiro.
Para não correr risco de spoilers, veja o vídeo. A resenha continua na sequência.
É difícil não pensar em Thriller – aliás, qualquer videoclipe que tenha zumbis e dança, mesmo sem coreografia, remete de alguma forma ao clássico de Michael Jackson -, mas a proposta da história, que se desdobra em metalinguagem e todas as suas surpresas, garante uma identidade própria à produção.
O uso do vermelho (no cenário e no sangue) e do chiaroscuro (forte contraste entre luz e sombra) coloca também em questão se a obra está comunicando a cor da paixão ou se tenta construir sua própria versão do inferno. Em uma obra sem mocinhos, apenas vilões, é uma interpretação válida.
Independente de tudo, é legal ver Justin Timberlake em um ponto da carreira no qual pode fazer um clipe desses sem se levar a sério. Ele entrega seus talentos (de atuação, inclusive) a favor de uma obra que se propõe apenas a ser divertida (e, é claro, a promover o disco Everything I Thought It Was).
A direção é de Ti West.
Avaliação MP: 4.5/5
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