Coletânea: Queens of the Stone Age

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Queens Of the Stone Age, banda californiana de stoner rock, é considerada, e não são poucos os motivos pra isso, uma das melhores bandas já existentes no cenário do rock mundial. São 17 anos de evolução, seis álbuns de estúdio na bagagem e constantes mudanças de integrantes, sendo o único integrante original o vocalista, guitarrista e compositor da banda, Josh Homme. O álbum …Like Clockwork, lançado em junho deste ano, foi – sem dúvidas – um dos pontos altos da música pela profundidade, pelo existencialismo e por todo o conceito inovador que credenciaram Queens Of the Stone Age com o rótulo de O Som de 2013.

Para homenagear o grupo e todos os seus fãs, fizemos uma coletânea de clipes (em ordem cronológica de lançamento) para contar mais sobre a história dessa banda, que há tanto tempo nos dá essa alegria em formato de fones de ouvido.

##The Lost Art Of Keeping A Secret (2000)

O primeiro single do segundo álbum do QOTSA, Rated R, lançado em 2000, tornou-se, sem dúvida, a canção mais reconhecida e popular da banda em sua época de lançamento e lhe trouxe um novo conceito e identidade A canção foi o único single do disco que obteve uma posição nas paradas, alcançando o número 21 no Mainstream Rock Tracks, número 36 no Modern Rock e número 31 no UK Singles Chart. O clipe, dirigido por John Pirozzi, alterna entre imagens desfocadas e a banda tocando em um cenário vintage e traz um suspense e uma ideia baseada no nome da canção, “A arte perdida de guardar um segredo”. (PS: Refrão que gruda na cabeça!)

##No One Knows (2002)

No One Knows, pertencente ao Song for the Deaf, foi a canção que jogou a banda para um cenário mais popular e massificado. O álbum, que trouxe o vocalista do Foo Fighters e ex-baterista do Nirvana, Dave Grohl, foi um sucesso comercial e de crítica e sua popularidade atingiu o pico quando alcançou o status de disco de ouro em 2003, com vendas atingindo um máximo de mais de 900.000. O clipe, que é uma oscilação interessante entre as temáticas muito utilizadas pela banda, aborda de forma engraçada a empreitada que os integrantes, Josh Homme (vocalista), Nick Oliveri (baixista que ficou na banda até 2004), Troy Van Leeuwen (ex- Perfect Circle) e, é claro, Dave Grohl, passam em uma caçada em que os alvos se tornam eles. Dave Grohl, em relato ao Back and Forth (filme de 2011 que fala sobre a história do Foo Fighters), conta detalhes sobre sua participação no Queens Of The Stone Age e como o próprio Josh Homme tentou convencê-lo a permanecer no grupo. A saída de Dave, no início da turnê europeia, trouxe o Foo Fighters de volta ao cenário mundial com o hit All My Life. A direção do vídeo é de Dean Karr.

##Go With The Flow (2003)

Embora No One Knows tenha sida a música mais famosa do álbum Songs For The Deaf, diria que a mais conhecida até hoje é Go With The Flow, música que traz a grande personalidade do álbum e da banda. O disco, que fala em diversas músicas (como Gonna Leave You, Do it Again e Fist It Giveth) sobre relacionamentos bem conturbados, traz no clipe dessa faixa um apelo bem erótico. O vídeo, dirigido por Shynola, é produzido com elementos gráficos e muito vermelho e preto, que remetem a todo este erotismo a um desejo carnal e sombrio. É uma constante de busca pelo prazer, pela mulher, até o momento em que o vídeo simula uma penetração e espermatozóides saem voando junto com a entrada de cores e mais cores na tela. Ah, também não podemos esquecer que o espermatozóide na letra “Q”, que se tornou forte marca registrada do disco.

##Little Sister (2005)

O primeiro single do quarto álbum da banda, Lullabies To Paralyze, traz, assim como todo o álbum, uma ferocidade suprimida e uma capacidade dos integrantes comporem melodias mais densas, sombrias e perturbadoramente pesadas. A ideia central do disco é uma aposta estética muito impulsionada pelo grande sucesso que a canção Go With The Flow  trouxe. O clipe, feito em um formato que toda banda de rock gosta, apresenta os membros da banda tocando em um quarto escuro, com Josh Homme ostentando um cabelo mais comprido e com silhuetas de mulheres dançando em um fundo iluminado, tudo comandado por Nathan Cox e co-dirigido por Homme. Little Sister é uma canção famosa pela a utilização de um instrumento de percussão chamado Cowbell (muito similar aquele usado pelos vaqueiros para acompanhar o paradeiro de suas vacas).

##In my Head (2005)

É o segundo single de Lullabies To Paralyze. Essa canção é conhecida por sua melodia simples, pela progressão de acordes lineares e de elementos sombrios, que, mesmo sendo uma composição mais reta, é extremamente interessante esteticamente. O clipe parte de uma montagem da banda tocando, com repetições de imagens e oscilações de luzes e mudanças de cores. A presença de mulheres nos registros audiovisuais deste álbum é uma receita muito utilizada e bem explorada. Essa ideia é tão boa que, por exemplo, a banda brasileira Black Drawing Chalks se apropriou um pouco desse conceito nos seus registros. Vale salientar também que Lullabies To Paralyze é o primeiro registro em que o baixista Nick Oliveri, que dividia os vocais do Queens of the Stone Age com Josh Homme, não se encontra. Nick era responsável por uma parte mais gritada e mais agitada do grupo, algo que não encontramos nesse álbum.

##Burn The Witch (2006)

O clipe é bem caracterizado com o estilo do álbum, que traz o obscuro e o folclórico como tema principal. Burn The Witch, Someone’s In The Wolf, The Blood is Love In My Head, entre outras músicas, trazem à tona pensamento perturbados, sangue, lobo-mau e bruxas. Embora o álbum Lullabies To Paralyze tenha tido uma excelente repercussão comparado ao Era Vulgaris, álbum sucessor, Josh Homme declarou certa vez que foi o pior momento da banda, justamente quando casou-se com Brody Dalle e tiveram uma filha, o que causou muitos cancelamentos de shows da turnê de lançamento do álbum. Ainda assim, o clipe (dirigido por Chapman Baehler) é um dos melhores do grupo. Misturando gráficos e imagens, conta uma história sádica e divertida ao mesmo tempo: Uma bruxa “adormecida” que revela seu lado sombrio para se defender e, no fim, come pessoas ao mesmo tempo que dança com caveirinhas.

##Sick Sick Sick (2007)

Era Vulgaris (2007) enfiou o dedo na ferida, quebrou regras, trouxe uma sonoridade bem diferente de todos os trabalhos da banda e também de tudo que já existe. Tem guitarras pesadas, distorcidas, riffs acelerados e tudo misturado com influências punk, grunge, blues, rock e uma pitada de psicodelia. O clipe, dirigido por Brett Simon, traz a doença em forma de ganância, gula e canibalismo. Sabe quando a gente deixa o melhor pro final? É um jogo de poder e prazer, agressivo e bastante doentio. É muito bem produzido e as cenas te fazem imaginar que o banquete servido realmente é de pedaços humanos, até porque os moços são temperados e devorados um a um. E aí, vai um Josh Homme assadinho?

##3’s and 7’s (2007)

Esse álbum também veio acompanhado de produções de vídeos bem relevantes para a carreira da banda. 3’s and 7’s segue a linha movie, com direito a letterings e cenas de bang bang. Qualquer semelhança com Tarantino é mera inspiração. “Very bad, very dirty and very sexy”, a música mostra o melhor estilo do álbum, com guitarras pesadas e quebradas bem alucinantes com gritos e chicotadas. O clipe acabou influenciado também a banda The Black Keys que pouco tempo depois, ao mesmo estilo, gravou o vídeo da música Howlin’For You, também muito bem produzido. A direção aqui é de Paul Minor.

##Make It Wit Chu (2007)

Sem dúvidas, a música mais sugestiva que conhecemos. A letra é bem direta e o clipe, mais ainda. Seguindo a linha hot hot hot, é impossível escutá-la e não deixar o pensamento ir bem longe, e acompanhado. O clipe é gravado em um deserto, fazendo jus ao cenário onde originalmente a música foi criada, em Palm Desert (Califórnia) por uma das sessões experimentais de Desert Sessions, que contou inclusive com a participação de PJ Harvey. A música se destaca completamente no álbum, trazendo uma atmosfera mais leve e romântica bem diferente das outras faixas. Embora vários casais apareçam se beijando no vídeo (dirigido por Rio Hackford e Raub Shapiro), a ideia é justamente mostrar que nada mais importa, pois o que vale é estar com a pessoa que você quer, naquele momento, naquele lugar, em qualquer lugar, com aquele fogo… again, again and again! Ufa! Respira e dá um play!

##The Vampyre of Time and Memory 

Essa é uma faixa pertencente a …Like Clockwork, último álbum da banda. A canção foi a sexta música desse trabalho a ganhar clipe e ser projetada ao mercado televisivo e de Internet. Diferentemente das cinco outras músicas (I Appear Missing, Kalopsia, Keep Your Eyes Peeled, If I Had A Tail e My God is the Sun) The Vampyre of Time and Memory tem uma identidade particular, diferente dos registros anteriores, que foram lançados em sequência e se uniram para formar uma pequena história. Ela ganhou um clipe interativo, uma parceria entre os diretores Kii Arens e Jason Trucco e a The Creators Project, que mostra de forma realista três clipes diferentes para a mesma música, incluindo uma versão interativa. A primeira é uma bruxa interpretando a canção em um piano, a segunda é Josh Homme e companhia cercados por cabeças de animais em um cenário sombrio e, por último, é a banda de terno interpretando a música em um cenário branco. …Like Clockwork foi aclamado pela crítica especializada, alcançando o número dois no UK Albums Chart e da Billboard, colocando Queens Of the Stone Age na posição mais alta nas paradas dos EUA. O álbum foi nomeado para dois Grammy Awards, incluindo Melhor Álbum de Rock.

Curta mais de Queens of the Stone Age e da série O Som de 2013 no Música Pavê

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