Já teve um tempo em que consideravam a história uma coisa linear, que o passado realmente estava ali atrás congelado e preservado, mas basta dar uma olhada à nossa volta e ver a quantidade de roupas e objetos vintage que estão por aí, o passado é o tempo todo devorado e ressignificado. Seja na arquitetura, na moda, no cinema ou na música, o tempo todo essas linguagens encontram formas de mostrar um novo olhar sobre o passado a partir de suas criações. Pensando nisso, o Música Pavê preparou uma coletânea com artistas brasileiros que recriam a história nos oferecendo uma nova percepção do passado.
Cidadão Instigado – Contando Estrelas – O Cidadão Instigado é uma das bandas mais criativas e influentes dessa geração. Com músicas que dialogam com o brega e a psicodelia, eles desenvolveram uma estética que acabou sendo assimilada pelos outros artistas com quem trabalharam. No clipe dirigido por Fernando Catatau e Ivo Lopes de Araújo, há uma referência clara ao filme Uma Odisséia no Espaço, além dos filtros e a edição relembrarem a estética setentista.
Bárbara Eugênia – Drop the Bombs – Em seu disco Journal de Bad, Bárbara une melancolia e sensualidade de uma forma muito intensa. Gosto de imaginar suas músicas como um encontro de Velvet Underground, Caetano Veloso e Lupicínio Rodrigues. O clipe é dirigido por André Gagliardo e Tarcisio Boquady e mostra Barbara entre as modernas paisagens brasilienses. A edição e a direção de arte também remetem a essa estética retrô.
Cibelle – Sapato Azul – Cibelle criou um mundo paralelo em seu último disco. Las Venus Resort Palace Hotel é um dos últimos refúgios humanos depois do Apocalipse. Ela incorpora Sonja Khalecallon e comanda uma espécie de baile de carnaval, circo e show de horrores. Gustavo Guimarães (diretor) traduz bem esse conceito disco, gravado no galpão da Vai-Vai, o clipe demorou mais de um mês para ser finalizado devido a quantidade de sobreposições e efeitos acrescentados na edição.
Cérebro Eletrônico – Deus e o Diabo no Liquidificador – Os paulistas do Cérebro Eletrônico também são desses que se misturam com outras bandas fazendo seu trabalho se crescer a partir desse contato. No disco Deus e o Diabo no liquidificador a banda passa por alguns experimentos lisérgicos, que alternam entre baladas e outras referências mais pop. Juliana Mundim assina o clipe com um clima sci-fi e surrealista que remete às fotografias de Umbo (Otto Umbehr).
Arnaldo Antunes – Longe – Iê-Iê-Iê de Arnaldo Antunes é uma referência direta aos anos 60. Ele reinventa a jovem-guarda passando pelos mesmos temas, mas com um olhar contemporâneo. Como já disse no começo do texto, é como se olhássemos para esses anos de outra forma depois desse trabalho do Arnaldo. Dirigido por Rafael Gomes, Vellas & Laga o clipe continua com essas referências ao pop dos anos 60.
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