Coletânea: Interpol

Uma das bandas mais influentes da última década foi o quarteto nova-iorquino Interpol, um dos nomes que trouxeram uma cara mais densa e complexa ao rock que estava em evidência até então (aquele que era singelo em conteúdo e pomposo em forma), oferecendo uma alternativa para os insatisfeitos com a música tão propagada. Enquanto Paul Banks e os demais integrantes se dedicam a outros projetos, o que nos resta é celebrar sua obra – que inclui ótimos clipes. Confira alguns deles.

PDA (2002)

Seu primeiro clipe veio em formato 4:3, de acordo com as TVs da época. Feito pelo diretor Christopher Mills, o vídeo com excertos em animação tem um ritmo muito próprio, o que casa muito bem com a cadência da música, gerando uma certa confusão visual que ajuda a traduzir uma letra tão dolorosamente honesta e dark ao mesmo tempo (“mas você é tão bonitinha quando está frustrada, você é tão bonitinha quando está sedada, sinto saudades”). Pena que o clipe foi feito para a edição de rádio da faixa, bem mais curta que a que está no álbum Turn on the Bright Lights.

Slow Hands (2004)

O ritmo foi também o tema do clipe que mostrou o disco Antics, o segundo da banda. Slow Hands, dirigido por Daniel Lévi, tem suas imagens aceleradas e desaceleradas enquanto a música segue seu compasso. Até o enquadramento do plano mais aberto é fora do convencional, mostrando muito mais chão do que o habitual teto (ou seja, deixando mais espaço na parte de baixo do que na de cima) do quadro, evidenciando o caráter alternativo que a banda ainda possuía nesse trabalho.

No I in Threesome (2007)

Este pode não ter sido o primeiro clipe do álbum Our Love to Admire, mas é certamente aquele que melhor prolonga a arte do disco para até as telas com os animais empalhados. Em um falso plano-sequência comandado por Patrick Daughters, a banda toca fantasmagoricamente em reflexos no espelho enquanto a câmera passeia pelo cenário e pelo tempo.

Lights (2010)

Meses antes do derradeiro e homônimo álbum da banda ser lançado, este era o clipe que o anunciava. Ele também transporta a capa e o encarte para o vídeo. Embora o visual mais se pareça com o dos clipes do final da década de 90, que buscavam uma estética clean que era tida quase como “futurista”, o som anunciado parecia se aproximar mais com o que a banda fazia no começo da carreira. A narrativa simboliza o que seria o processo de extração de um feromônio de um certa espécie de besouros – o que certamente seria símbolo para algo ainda maior. A direção é de Charlie White.

NYC (2003)

Esse aspecto mais dark da banda pode ter ficado menos óbvio com o tempo em seu som, embora as letras permanecessem com o mesmo grau de melancolia e sinceridade. Ainda assim, é por faixas como NYC que a banda ficou marcada e seu videoclipe fez um registro à altura do som, misturando design gráfico a tomadas noturnas dos músicos. Dirigido por Doug Aitken.

Barricade (2010)

O último videoclipe oficial produzido pela banda, que teve a direção de Moh Azima, traz uma atmosfera bem diferente dessas todas, mas ainda familiar para quem conhece mais da discografia da Interpol. A música não é tão dançante quanto as outras agitadas e não é tão depressiva quanto as baladas, daí seu vídeo trazer cores e luzes que nem sempre vemos em seus clipes.

Mais de Interpol: The Heinrich Manouver | Evil | I Touch a Red Button (dirigido por David Lynch)

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