Papo em Dia: Tamy

Aqueles nomes que já apareceram pelo Música Pavê em algum momento no passado e deixaram saudades retornam para colocar o Papo em Dia com quatro perguntinhas.
Tamy
O que aconteceu desde a última vez que nos falamos?
“Nana de Agua foi o videoclipe feito para a música que está no meu último disco solo lançado, Parador Neptunia, de 2017. Eu morei no Uruguay até 2021, quando voltei para o Rio. Em 2020, lancei um disco de reggae com o coletivo Pero Que Si!. Em 2023, me juntei com o trombonista Josiel Konrad, gravei algumas faixas no seu disco Boca no Trombone e fizemos vários shows junto,s além do videoclipe Parle Que Sim. Em 2025, lancei dois singles: Restos de Fé, uma colaboração com músicos expoentes da cena jazz carioca, e agora lancei esse samba, Todo Amor, em colaboração com o grupo de samba capixaba Já Gamei”
O que mudou e o que não mudou na maneira como você vê a música (ou como você faz música) nesse período?
“De lá para cá, muita coisa mudou… e, ao mesmo tempo, algumas coisas continuam intactas na minha essência. No Parador Neptunia (2017), eu estava profundamente mergulhada numa busca por sons do mundo — especialmente os sons do Uruguai, do candombe, das misturas latino-americanas. Era um momento muito experimental, de atravessar fronteiras culturais, linguísticas e sonoras.
O que mudou é que hoje eu tenho um desejo muito mais claro de me reconectar com as minhas raízes brasileiras, com a música popular daqui, com os ritmos que fazem parte da minha formação afetiva. Não quer dizer que abandonei as misturas — elas continuam, mas agora estão mais a serviço da canção, da comunicação direta com quem ouve.
Por outro lado, o que não mudou é minha busca pela verdade no som. Eu continuo apaixonada por atravessar gêneros, por experimentar, por criar pontes. Continuo inquieta, curiosa, querendo que cada música me desafie, me ensine algo novo.
Outra coisa que permanece muito forte é meu olhar pra diversidade — seja nos sons, nas parcerias ou nas temáticas. Acredito que a música é um instrumento potente pra dar visibilidade às pluralidades, pra provocar reflexão, pra fortalecer afetos. Isso sempre foi central no que eu faço e segue sendo.
Se lá atrás eu buscava entender quem eu era no mundo, hoje minha busca é como usar quem eu sou pra gerar encontros, afetos e fortalecer os vínculos — com minha própria história, com minha cultura, com quem me ouve”
Quais outros artistas e bandas você tem escutado?
“Eu gosto de escutar cantoras. Mariana Volker, Tassia Reis e Silvia Machete estão no dial da minha rádio pessoal”
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