Luedji Luna e o Ritual do Retorno aos Shows

foto por bruno magalhães de souza

Em outubro de 2020, quando Luedji Luna lançou o maravilhoso Bom Mesmo É Estar Debaixo d´Água, fantasiei em minha mente que essa seria a ocasião perfeita para um retorno às casas de espetáculos, assim que elas reabrissem. Pouco mais de um ano se passou… E não é que foi mesmo? E o melhor, na sagrada lona do Circo Voador (no Rio de Janeiro). Melhor roteiro, impossível. Difícil não se emocionar neste meu primeiro evento pós quarentena. Mas como estava lá a trabalho, engoli o choro, e segue o baile!

Depois de acompanhar uma boa seleção da DJ Bieta, que chegou a emendar Marcelo D2 a Age of Aquarius, a apresentadora sobe no palco para anunciar o início do show. Coração acelera, me dirijo ao lado direito de quem entra, e surge a toda poderosa Luedji, que nos proporciona a sequência que abre o disco, antes mesmo de dizer “boa noite”, apenas celebrando o fato de estarmos vivos. A sequência do disco segue, e os poemas também estavam todos ali. Até que Luedji finalmente se apresenta ao público, e fala sobre a linda obra de arte que é seu segundo disco, que nasceu em meio ao caos. O show continua na mesma sequência do álbum. Ain’t I a Woman, Recado, e, aqui, eu preciso abrir uma brecha para falar dessa ótima banda. Gabriel Gaiardo, nos teclados, Lenynha Oliveira na percussão, Wesley Rodrigo, que me proporcionou diversos “air bass”, no baixo, Cristian Kibamba na bateria, e Vinicius Sampaio na guitarra, fazem um som elegante, refinado, nessa ótima mistura de jazz, com música africana e brasileira. Lindo demais.

No momento em que vai apresentar o single que dá nome ao disco, Luedji explica que ensaia ensinar a plateia cantar. E precisa? Desde os primeiros versos entoados pela voz gravada de Lande Onawale, no início de show, a plateia do Circo Voador cantava junto, acompanhando cada melodia. E como é lindo vivenciar a plateia do Circo participando de um show dessa forma, que saudade que eu estava disso! Engole o choro, segue o baile… O show continua, ainda na sequência do álbum, e ela mesmo explica que essa era a ideia, tocar o disco na íntegra. Origami, Lençóis… o disco vai acabando, o show também, chegamos em Goteira – “Qualquer gota de amor afoga”. E desmentindo o que acabara de anunciar, ela engata Dentro Ali, de Um Corpo no Mundo, numa nova versão, que soou mais como Bom Mesmo é Estar Debaixo d’Água. Chorei… Obviamente, a plateia implora por “mais um”. E teve bis? Nenhuma resposta, mas um punhado de folhas sagradas, para atrair o que for bom. Oxalá quem guia, e que continue guiando Luedji!

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