“Coração Fantasma”: Baleia estreia “projeto” em São Paulo

“Eu falava ‘disco’, agora eu falo ‘projeto'”, brincou Sofia Vaz durante o show que Baleia fez para estrear em São Paulo o conteúdo de seu, bem, “disco vivo” Coração Fantasma. As tantas aspas e termos vêm para dar conta do conceito de, ao invés de lançar um álbum convencional, a banda carioca – em nova formação – libera aos poucos suas faixas enquanto apresenta novidades ao vivo.

A noite na Casa Natura Musical começou já com Eu Estou Aqui, na agradável surpresa de que a ótima música fica ainda melhor no show. Seguido de Duplo Andantes (com alguns tropeços técnicos)(acontece) e de Casa em uma versão mais sombria e, quero crer, definitiva para o futuro, a apresentação mostrou que a banda já possui repertório consistente para passear livremente entre álbuns e seu EP de covers. Mais do que ver Coração Fantasma, o legal é vermos Baleia mesmo.

Enquanto Atlas teve momentos grandiosos na noite (com os hits VoltaEstrangeiro), as músicas de Quebra Azul receberam participações que deram novos fôlegos ao que já ouvimos há cinco anos. Furo teve participação da banda francisco, el hombre (escolha certeira para seu momento mais cheio ao final) e Breu recebeu os irmãos Bertoni, da banda Scalene, para um peso extra nas guitarras.

Entre as inéditas, que virão em próximos “capítulos” de Coração Fantasma, ouvimos uma balada com ares de influência R&B e uma canção para “corações partidos” (“Quem aqui está sofrendo?”, brincou Felipe Pacheco) que tem tudo para ser o próximo grande destaque do (agora) quarteto. E das duas novas que acompanharam Eu Estou Aqui nessa fase do disco vivo, Lulu ficou um pouco morna ao vivo, mas a excelente A Mesma Canção cumpriu com louvores sua missão de surpreender – com direito a um aplaudido (e urgente) #elenão no fim.

Com um repertório caprichado e cada vez mais inflado, Baleia parece estar com um som mais pop e, ao mesmo tempo, mais pesado. Isso prova que a banda tem crescido na direção certa: A de saber investir cada vez mais naquilo que faz melhor, a começar pela ousadia de um lançamento não-convencional para seu disco (ou “projeto”).

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