Conheça: Paulo Ohana

Paulo Ohana colocou o nome O que Aprendi com os Homens em seu primeiro álbum, abrindo frestas para falar outras visões sobre assuntos, significados e conclusões em algumas situações já consolidadas por uma parte da sociedade, sobretudo sobre a masculinidade.

Cada vez mais, a realidade social ou política que não escolhemos endurece a nossa sensibilidade. Portanto, artistas que ensaiam olhar para dentro de si, gritando hipocrisias alheia e cantando pontos de vistas que muitas vezes funcionam como espelho para o ouvinte são uma dádiva que a nossa arte brasileira segue produzindo.

Em um notório momento de amadurecimento na faixa que leva o nome do disco, Paulo abre o jogo, contrastando que aprendeu signos que constroem a sua sobrevivência social, em detrimento da ausência de poesia e de humanidade – ou seja, não aprendeu com os homens nada que não precisasse desaprender. Em Caminho Caminho, um dos momentos mais bonitos do álbum, a imaginação voa longe e segue o nome da canção na abertura de possibilidades de interpretações. É um comentário metalinguístico que não abre mão da emoção.

Melhor ainda é notar que o debate sobre masculinidade não é tratado como mera manifestação panfletária. A subjetividade com o qual o tema é apresentado é uma oportunidade para refletir sobre o machismo que oprime mulheres, alimenta preconceitos contra a comunidade LGBTQIA+ e se torna danoso, inclusive, para os homens. Com sua sonoridade intimista de um sujeito mostrando distinção ao convencional, Paulo Ohana apresenta um trabalho sobre a pluralidade vivida, cantada e ouvida.  

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