Conheça: Paola Ribeiro

Escutei dia desses que a música estava cada vez mais entediante e pasteurizada, e, apesar de discordar em partes (ao menos se olhando fora da bolha pop), entendo de onde isso parta. Cada vez mais, valoriza-se algo ligado à nostalgia, e, nada de muito novo se cria – prova disso é músicas de anos atrás estarem entre as mais ouvidas unicamente devido à trends do Tiktok.
Apesar disso, pode-se achar – ainda com alguma dificuldade e sem muito ajuda de algoritmos – artistas como Paola Ribeiro. No último 15 de maio, ela lançou seu primeiro álbum, Circus, que pode gerar algum estranhamento, mas parte de experimentação e originalidade.
Em seu primeiro trabalho gravado como cantora, Paola apresenta apenas duas músicas cantadas (Faca da Palavra e A Fenda e o Corte), enquanto outras partem de instrumentais (que contam com violões por Kiko Dinucci), sons experimentais que te fazem lidar com o silêncio (ou parte dele, já que a voz de Paola ainda se faz presente quase como um instrumento através de gemidos, grunhidos e sons não cantados).
É curioso escutar algo e não ter opiniões de primeira, escutar repetidamente e ter impressões diferentes em cada uma delas. De primeira, foi incômodo; de segunda, me senti como um bicho. Mas é bonito pensar que tudo isso tem como base pesquisas, experimentações e projetos extensos, com um mestrado em Poéticas Cênicas e formação em Artes visuais. Com produção musical completa pela própria Paola Ribeiro, fico curiosa pelo que pode vir de próximos trabalhos.
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