Conheça: Joaquim

Artista paulistano que assina apenas com seu primeiro nome, Joaquim tem como apresentação de seu futuro disco de estreia o single Emboscada, uma balada que parte de uma ideia-satélite tão potente quanto a presença do seu nome artístico. Criada em parceria com o cantor e compositor Leo Quintella, a música escrita, cantada e tocada ao piano por Joaquim incorpora o estado de se ver preso em uma espécie de armadilha que já tomou a forma de estrutura de si mesmo.

A beleza do sufoco existencial é apresentada por Emboscada, que se constrói por uma melodia que se posiciona fortemente no ambiente da música e se entrelaça em letras que desenvolvem uma aparente luta interna que ora se entrega a si mesmo, ora questiona uma necessidade de reconhecer o espaço de si e de dizer para que veio. A voz suave de Joaquim mergulha nesse lugar sem saída que é a condição imensa e irredutível de ser humano, quando canta que “pra não me soltar dessa imensa emboscada, eu sou tudo isso que eu minto”, como se entendesse seu lugar na arena da vida, e com seu canto que cresce de intensidade à medida que unem-se as baterias e as cordas ao piano, afirmasse sua complexidade como algo que não se apoia apenas no sofrimento, mas a aproveita como matéria para arte. 

A sonoridade de Emboscada faz lembrar outra cantora, compositora e pianista como Joaquim que se afirma em sua intensidade pessoal e musical, que é a Angela Ro Ro, mas o som do artista também se reflete na personalidade artística de Ney Matogrosso. A referência não fica apenas na lembrança de quem escuta, porque a música Fogueira da Ro Ro recebe uma versão do Joaquim no álbum que está preparando e se incorpora como parte de sua obra. E, apenas como curiosidade, Ney escutou Emboscada e se interessou em gravá-la um dia. 

O disco de estreia de Joaquim será lançado ainda em 2025 e se chama Varanda dos Palpites. Tem produção do produtor, curador e jornalista Marcus Preto e mixagem de Tó Brandileone (5 a seco).

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