Tim Bernardes – Mil Coisas Invisíveis

À procura de um não-lugar, Tim Bernardes encontrou o cenário perfeito para a capa de Mil Coisas Invisíveis: uma paisagem que não fica nem lá, nem cá; que não parece cidade, nem campo. “Eu queria um lugar neutro que não mostrasse muito e não fosse muito identificável, quase como um lugar de sonho”, disse o cantor e compositor ao Música Pavê.

Marco Lafer e Isabela Vdd fotografaram esse momento onírico e místico que ilustra as quinze faixas do trabalho mais recente de Tim, lançado em junho. “Os registros acabam parecendo cenas de outro tempo ou de um tempo que não existe, como se fosse uma memória meio etérea”, complementaram os fotógrafos.

As cores predominantes da foto são o branco – que toma o céu, as pedras e a parte inferior do figurino do artista –, e o verde – que derrama da borda da fotografia para o suéter do cantor. Assim, com a quantidade diminuta de tons, quem olha para a capa logo é atraído pelo tema central da imagem: um fósforo que queima nas mãos do cantor.

Para Lafer e Vdd, esse elemento “pode ser lido como uma metáfora de tempo, de impermanência. O fogo é a vida que vai passando e consumindo a madeira até extinguir, é a passagem do mundo visível para o invisível”.

A transformação também reflete a nova fase de Tim Bernardes, uma vez que Mil Coisas Invisíveis se contrapõe ao seu antecessor Recomeçar. Enquanto a capa do primeiro disco solo o mostrava num retrato feito na penumbra, a imagem em plano aberto e de fundo claro do álbum de 2022 traz mais leveza para o momento atual, menos melancólico e mais contemplativo. “Sinto que é um disco mais iluminado, mas não necessariamente solar”, elucidou Tim.

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