2019: Que Ano Foi Esse?
Quando os fogos de artifício anunciaram que 2019 começou, as celebrações aconteceram com mais incertezas do que nunca. Olha para os doze meses que passaram, começamos a entender o que fizemos para sobreviver ao ano: Vivemos da melhor maneira possível.
Isso porque o som que mais repercutiu no período não foi o de denúncia e protesto, mas o que promovia festa. Aprendemos que a liberdade de cantar, dançar e amar fala mais alto do que qualquer grito de ódio. A resistência aconteceu ao vivermos a música de corpo inteiro, extravasando repressões e enfrentando as injustiças sem perder a ginga.
Foi um terreno fértil para a consolidação de um novo momento para o pop no Brasil, como o Música Pavê testemunhou de perto. 2019 foi o ano em que a musicalidade que se desenvolveu ao longo da década parou de ser promessa e virou uma bela realidade, com os sons que cresceram no meio independente atingindo públicos diversos sem abrir mão de nenhum de seus valores.
Para além de Anitta, Pabllo Vittar e Iza, o Brasil viu o mainstream ganhar nomes como Melim e Lagum, além de contar com uma presença cada vez maior de gente que já faz barulho há anos, como Karol Conká, Di Ferrero e Rael.
Foi no pop também que Clarice Falcão nos deu um de seus melhores trabalhos. Mas foi em sua vertente mais brasileira que a música popular floresceu, sempre diversa em estilos e realidades, do funk ao brega, do rap ao samba. Gente como MC Tha, Romero Ferro, Marcelle, Luísa e os Alquimistas, e Bruna Mendez foram alguns dos que souberam dialogar a música contemporânea e vários ecos de tradições que carregamos no sangue. Supervão, Rosabege e Jacintho, cada um à sua maneira, também reforçam esse argumento.
Isso esteve também no som de bandas e músicos que ouvimos já há um bom tempo, de Céu a francisco, el hombre, do belo disco solo de Teago Oliveira (Maglore) ao pop grandioso que Castello Branco realizou em Sermão. Mas houve também espaço para uma música que escancarasse as feridas abertas por nossa realidade sócio-política neste fim de década. Foi o que Elza Soares fez novamente, o que China comunicou sem rodeios e o que ouvimos (e aplaudimos) na novata Saskia. O pedido de Silêncio que Emicida fez ao lançar AmarElo, contudo, fica como a principal mensagem do ano.
Como os links nos nomes ao longo deste texto mostram, o Música Pavê fez questão de observar esses fenômenos da música o mais perto possível, ouvindo (e reproduzindo as falas) diretamente das bocas dos músicos. Foi importante conversar com Papatinho, DJ Dolores, Manoel Cordeiro e Dudu Marote – produtores que acompanham essa dinâmica na perspectiva de quem está do lado de dentro -, assim como com veteranos, como os mainstreamers Marcelo Falcão e Titãs e os undergrounders Noporn, Tetine e a nipo-estadunidense Kazu.
Foi interessante notar como nosso ano começou com um breve aceno elogioso à música pop contemporânea e, meses depois, voltamos agora ao assunto para encerrar 2019. No meio tempo, artistas de fora do Brasil passaram pelas nossas páginas comentando os mesmos assuntos, como Alice Merton, Gabrielle Aplin, Drax Project e o duo Flight Facilities.
YMA, citada pelos músicos como mair destaque de 2019, também foi entrevistada logo em janeiro, e foi interessante ver como sua música ganhou novos espaços ao longo do tempo. Foi o ano em que mais videoclipes foram resenhados (491 no total), mas o que fez esta ser a mair fase desde que o site entrou no ar, em 2010, foi a oportunidade de observar, analisar e comentar a música sendo feita o mais próximo possível de seus criadores.
Antes de um novo ano começar, fica o agradecimento pela confiança que leitores, parceiros e profissionais colocam no Música Pavê para essa grande roda – cultural, mercadológica e artística – continuar girando. Vamos juntos dançar, cantar e celebrar a vida juntos em 2020.
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