Vox Populi: Quando a Música Dá a Cara à Tapa
*(com patrocínio EDP Live Bands – Vote Agora!)
Sabemos: A música popular não funciona hoje da mesma forma que há duas décadas. Embora ainda haja uma grande resistência dos meios de comunicação de alcance popular em abraçar o que não é produzido por uma grande corporação, qualquer um com um pouco de atenção (e, talvez, uma pequena dose de boa vontade) já sabe que a música feita de forma independente não deixa nada a dever para aquela produzida com grandes orçamentos – isso quando não a supera. E melhor ainda é quando quem decide o que merece ou não destaque é a quem as produções se destinam – ou seja, o próprio público. Todos, no fim, saem ganhando.
Assim como o que acontece no circuito alternativo é de alta qualidade, uma banda participar de algum concurso – seja ele na Web, na televisão ou em algum festival em local físico – não implica em um trabalho inferior em relação àqueles já conhecidos. Quando olhamos para Scalene, por exemplo, isso fica evidente, já que a banda já possuía certa solidez na carreira – com passagem pelo festival Lollapalooza Brasil no currículo – quando participou do programa televisivo Superstar, com o qual seus ganhos foram para além da visibilidade.
“Participar de um programa de votação criou um vínculo mais próximo com o público”, conta Lucas Furtado, baixista da banda. “A cada programa, a galera torcia e vibrava com o resultado, e isso criou um sentimento de proximidade com a banda, pois eles também faziam parte do que estava rolando. Ao mesmo tempo, nós também demonstrávamos nossa gratidão tentando falar e agradecer diretamente com fãs pelas mídias sociais e nos shows”, conta ele, e explica que “essa via de mão dupla nos aproximou muito do nosso público, principalmente dos que descobriram a banda durante o programa”.
Rodrigo Suricato, à frente do projeto Suricato, tem uma visão parecida: “Além de criar um canal interativo importante entre a arte e o consumidor,a relação direta com o fã fez com que conhecêssemos melhor nosso trabalho e tivéssemos mais confiança para experimentar”. É o tipo de consciência que só quem já participou de uma votação dessas pode ter, um amadurecimento da consciência do seu público – uma verdadeira dádiva principalmente para quem está começando.
“Acho que é um estágio que todo mundo passa”, comenta Eduardo Praça, da banda Quarto Negro, “quando você começa, você não conhece tanta gente, ainda não conseguiu frequentar todos os lugares, então você precisa se mostrar presente de algum jeito e essas ferramentas ajudam”. Ele, cuja banda foi convidada a participar do Dia da Música em 2015 (evento que também conta com votação aberta), comenta que a curadoria dos sites e veículos que promovem essa espécie de concurso tem bom senso para escolher grupos relevantes para serem colocados para votação, o que dá também uma chance do público em geral conhecer novos nomes interessantes. “Encorajo as pessoas a participarem”, diz ele.
Não importa quão iniciante seja a banda, é sempre importante fazer seu nome rodar, algo que a participação em uma iniciativa dessas garante que aconteça. Isso “gera um grande impacto muito positivo na sua na base se público”, segundo Rômulo Pacífico, da banda Versalle, banda que também participou do Superstar após cinco anos de carreira, o que levou ele e seus companheiros “a um nível de popularidade e reconhecimento que nunca tínhamos imaginado antes e que levaríamos vários anos para conquistar por outros meios”.
O fato é que a distância entre público e banda é hoje muito menor do que há relativamente pouco tempo – e não me refiro à possibilidade de tirar uma foto ou pegar um autógrafo após o show. O ouvinte participa de financiamento coletivo, por exemplo, o que tem um impacto relevante e direto na história de qualquer grupo. Há ainda a proximidade que as redes sociais causam, fazendo com que os bastidores de suas carreiras sejam mais explícitos e, com isso, também uma maior cobrança indireta para seu trabalho.
“A gente vê isso, a banda que fica no Instagram o dia inteiro, mas não lança nada bom por dois anos”, comenta Eduardo Praça, “acho que o público fica atento a isso também”. E é esse mesmo pessoal que interage com os músicos nas redes, que vai a shows e quer se envolver mais com os artistas que pode contribuir com o que parece ser “apenas” um voto, mas pode ser determinante na carreira de alguém. Iniciante ou veterano, colocar-se à mercê do ouvinte é mais do que um mero risco, mas um posicionamento em par com o momento em que a indústria musical vive, com a participação ativa do público. Independente do resultado, é um passo de maturidade na história da banda e uma nova chance de descobrir favoritos por parte de quem vota. Repito: Todos saem ganhando.
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