Vanessa da Mata: “Muita gente não sabe que eu sou compositora das minhas músicas”

foto por priscila prade

(Esta entrevista completa está disponível no Podcast Música Pavê)

Vem Doce é o sétimo álbum de Vanessa da Mata, artista que conseguiu fincar seus dois pés no mainstream, com grandes hits no currículo, sem nunca perder de vista a excelência com que realiza seu trabalho. O novo disco argumenta a favor dessa ideia.

Lançado em 08 de março, o Dia Internacional das Mulheres, Vem Doce é carregado de “bombas simbólicas”, como ela mesma disse em entrevista ao Música Pavê, sobre o lugar que ela encontra em meio a uma indústria hegemonicamente masculina. “Muita gente não sabe ainda que eu sou compositora das minhas músicas, porque automaticamente é um lugar cultural dos homens”, conta ela.

“Os homens sempre fizeram músicas para as meninas cantarem, porque nós não tínhamos a voz, né? Essa coisa do falar é muito recente, a gente pode falar há pouco tempo. Poder falar para milhões ainda é uma trava muito grande. Meu trabalho sempre teve esse lugar de libertação, de expressão, de exterminar essas prisões simbólicas. São muitos apelos, muitas letras, muitas explosões no sentido de deixar na cara”.

Vanessa comenta também que o novo disco não deixa de lado uma vontade de transitar também por climas mais tranquilos: “[Ele tem] muitas músicas para brincar também, para rir”, conta a cantora e compositora. Para isso, ela se inspira nas mais diversas inspirações dentro da música brasileira, do forró tradicional ao trap de hoje em dia, em par com a variedade que ela experencia a música também como ouvinte: “Nunca fui essa pessoa que barra, eu sou do meio do Mato Grosso e ouço de tudo”.

Vem Doce é também mais uma oportunidade de celebrar o lado bom do Brasil em tempos tão difíceis. “Esse fel tá no ar, né? E não é de hoje”, diz Vanessa, “. A”a gente é o quarto país mais violento do mundo, isso tem um significado horrível. A gente tem uma luz inacreditável e, acompanhada disso, a gente tem uma sombra que poucos lugares tem, né? Não existe uma coisa sem a outra. E a gente tem que lidar com isso”.

Com sua música e sua poesia, Vanessa segue fazendo sua parte no movimento que é uma verdadeira reconstrução do país. “Não quero sair daqui sem ver o Brasil no primeiro mundo. E, pra isso, a gente vai ter que sair desses lugares perversos”, conta ela, “[quero] falar de um Brasil de uma outra maneira, assim como Belchior”.

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