Três Versões de Mumford and Sons

Quem conhece mais a fundo o trabalho de Mumford and Sons teve uma surpresa agradável ao ouvir seu segundo álbum, Babel. É que em meio às tantas músicas inéditas, uma melodia parece familiar aos ouvidos na música Broken Crown.

Trata-se da versão definitiva de To Darkness, um lado-B do grupo inglês que o acompanha desde o lançamento de seu Sigh no More. Dá para facilmente deduzir que é uma boa canção que acabou ficando de fora do repertório do disco.

É possível imaginar também que seus compositores sempre acreditaram na força de seus versos e sabiam que o potencial da obra não estava sendo bem explorado, por isso ela continuou sendo executada em shows e foi dada de brinde para quem comprou o single Little Lion Man.

Quando a banda viajou com Laura Marling à Índia para gravar seu Indian Tour EP, foi ela a escolhida para ter uma regravação com a participação do Dharohar Project agora sob o nome To Darkness/Kripa, que resultou em um mergulho na estética daquele país que só beneficiou a composição, encontrando dentro dela uma força em que a primeira versão parecia não ousar encostar.

Mas isso não era o bastante. A música precisava ter seu potencial explorado por si só, dentro da própria sonoridade da banda. Com seus versos reorganizados e um momento lírico a mais, que ocupa exatamente a incursão do Dharohar Project em Kripa, a canção foi rebatizada como Broken Crown e ganhou sua versão definitiva em Babel.

Ela começa já tensa só no violão e, após tantos anos de prática, Marcus Mumford encontra o melhor tom para sua interpretação. Mais sombria ainda que as anteriores, Broken Crown não economiza emoção – assim como as outras faixas do álbum – e soube conservar o belo refrão.

Em meio a esse processo criativo da banda, essa virou mais uma daquelas histórias de “quem ganha é o público”, já que uma só composição gerou três faixas bem diferentes às quais hoje podemos ter acesso. Confira abaixo a evolução de To Darkness.

To Darkness (Primeira versão)

To Darkness/Kripa

Broken Crown

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