“Tara e Tal”: Missão de Duda Beat É Levar o Pop Alternativo ao Mainstream
Três anos separam Te Amo Lá Fora e o novo Tara e Tal, álbum que Duda Beat conta ter sido feito “com muito carinho, como os outros”. “Ele demorou um pouquinho para sair”, comenta a artista, “e eu espero que todo mundo goste e se divirta”. Diversão parece mesmo ser o norte que guia a cantora e compositora pernambucana por seus caminhos no cenário atual brasileiro. Desde Sinto Muito, que deu ao mundo o ultra hit Bixinho (e seu subsequente remix), ela nunca abriu mão de entregar um trabalho naturalmente pop, tão carregado em qualidade musical quanto em personalidade. O novo disco não foge à regra.
Duda recebeu a imprensa na festa de lançamento de Tara e Tal em São Paulo, minutos antes da obra chegar às plataformas de streaming. “É um disco pra se divertir, que eu fiz pra acompanhar a pessoa que está trocando de roupa para sair da casa, à festa que ela vai e até voltar para casa”, explica, “meu foco é ser uma companhia para o momento em que a gente se arruma, sai na vida e se arrisca”. O título, comenta a artista, “tem tudo a ver com isso: Tara é todo desejo que vem da paixão, do frio na barriga, de se arriscar e ver o que vai rolar na noite, e o Tal são todos os sentimentos que vêm depois (risos), sejam eles bons ou ruins. Seja a melancolia, seja voltar para casa e pensar naquele ex… acontece, né, gente?”.
Assim como seus antecessores, Tara e Tal tem também proposta de ser autobiográfico, como Duda explica: “Fala de um momento da minha vida que eu me divertia muito nas praias de Recife, nas tendas eletrônicas que tinha ali [nas décadas de] 90 e 2000. Me divertia com minhas amigas, estava na adolescência, então estava também me descobrindo como mulher, como que eu ia lidar com as coisas do mundo”.
Duda comenta que o que mais gosta em seu trabalho é a parte criativa, seja no estúdio ao produzir o disco ou ao realizar seus shows. Assim como a capa do disco traz elementos diversos (“e tudo isso quer dizer alguma coisa”), o álbum tem em sua essência a liberdade de fazer o que bem entende. Isso vem de sua interação com a dupla Tomás Tróia e Lux Ferreira, que assinam a co-produção da obra, como ela explica: “Temos muitas referências e nos entendiamos muito rápido, então é muito difícil ter uma música minha que do início ao fim não aconteça nada inesperado. Eu e os meninos ficamos pirando- ‘ah, e se botasse isso ou aquilo?’. A gente gosta é de brincar, né?”.
Ao ser perguntada como é insistir em fazer arte (com conceitos e intenções claras) em uma época quando a música é cada vez mais descartável, Duda conta: “É puxado. Eu saí da pandemia muito deprimida por causa disso. Mandando a real aqui para vocês, quantas vezes vejo meu time e eu tendo que quase implorar para alguns veículos darem uma novidade sobre o meu disco, porque eu não sou uma cantora que tem polêmica. Eu sou muito reservada. É muito triste, mas a gente vai lidando. Saí da pandemia muito pensativa se eu ia continuar fazendo isso mesmo, saí meio desgostosa – não vou negar a vocês, sou ser humano -, mas a coisa que mais me dá felicidade na vida é fazer música, e cada vez mais eu tenho focado em mim para entregar o que eu sei fazer melhor”.
“Estava até brincando com o pessoal mais cedo, que eu fiz um disco e espero que todo mundo goste, mas, se não gostar, tudo bem também, porque eu entreguei o que eu tinha. Mas eu espero que as pessoas curtam, espero que abra a cabeça delas, espero cada vez mais que o pop alternativo se torne mainstream. Acho que essa é minha missão aqui no mundo, porque isso inspira muitas pessoas que, assim como eu, querem fazer arte à maneira que elas querem, não ligadas em números, viralização e tudo isso. Acho que o maior trunfo é você focar em si mesmo e não perder a sua essência”.
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