Tamy em nova fase: “Tive que me reinventar”

Só de olhar a capa de Parador Neptunia, ainda mais ao lado dos três álbuns anteriores, já comprovamos que Tamy está em uma nova fase. Sua mudança do Brasil para o Uruguai é o pano de fundo para uma cadeia de escolhas feitas pela cantora capixaba que contextualizam seu som em um panorama mais referencialmente contemporâneo, como o disco (puxado pelo single Te Parece) mostra.

“É todo um novo movimento”, contou ela ao Música Pavê por telefone, “tive que me reinventar lá”. “Foi uma mudança muito radical que fiz nos últimos cinco anos”, explica, “mudança de país, de língua, ter que recomeçar como artista em outro lugar, onde não tinha uma banda, e tudo isso refletiu na minha maneira de compor e de formar esse repertório. Até uma filha eu tive (risos)”.

Esse recomeçar do zero, após ter visto música sua em novela e convites para colaborações com outros artistas estrangeiros, deu ao seu som um sopro de inventividade que aproxima sua nova arte da produção contemporânea, misturando estilos e buscando uma identidade mais própria, ao contrário de um pop referencialmente “atemporal” que ela apresentava antes.

Ainda em Montevidéu, Tamy dialogou não só com artistas do Rio da Prata, mas com a própria música feita no Brasil de hoje – talvez por saudades? – e ficou conhecida por lá como a promotora de um intercâmbio entre as duas culturas. Com o projeto Tamy Invita, ela convidou nomes da nossa música de hoje, como Silva, Marcia Castro, Duda Brack e César Lacerda (“artistas que mexem comigo”, em suas palavras) para apresentações ao lado de músicos locais (“que me encantam”), em um processo que ajudou a firmar sua nova identidade como musicista.

Tudo isso resultou no que é Parador Neptunia, recém-lançado pelo selo Universal Music. “É uma outra faceta da Tamy”, conta ela, “não que eu não seja as que eu apresentei nos outros discos, mas agora é uma outra cara, porque a vida mudou muito e isso reflete na arte”. 

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